Para Deysi Cioccari, as informações disponibilizadas pelo ministro Alexandre de Moraes são de interesse público
por Camilla Lucena* em 16/07/24 15:44
Deysi Cioccari afirma que decisão de retirar o sigilo foi acertada | Foto: Reprodução/MyNews
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes acertou ao retirar o sigilo da investigação sobre o desvio de atuação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Foi o que afirmou a cientista política Deysi Cioccari durante participação no Segunda Chamada de sexta-feira (12). Para ela, a informação de que um órgão oficial estava sendo utilizado para espionar ilegalmente autoridades públicas é do interesse da sociedade, e a omissão disso seria uma forma de censura.
A operação Última Milha, da Polícia Federal (PF), que apura o caso, teve início em março de 2023, quando o jornal O Globo revelou que a Abin havia contratado um programa de espionagem estrangeiro para monitorar ilegalmente até 10 mil celulares. A investigação apontou que uma “Abin Paralela” foi estruturada dentro do órgão para sondar opositores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
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“É um ex-presidente da República que usou um órgão oficial para espionar os seus adversários políticos, e não para manter a ordem do país como a Abin deveria fazer”, disse Deysi. “A gente extrapolou os limites da democracia, dos cargos, a gente extrapolou os limites dos órgãos públicos. Então, tudo isso tem que vir à tona, sim.”
O ministro Alexandre de Moraes derrubou, na última quinta-feira (11), o sigilo da lista de políticos, jornalistas e servidores alvos da “Abin Paralela”. Entre eles, constam o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o atual presidente do STF, Luís Roberto Barroso, o deputado Kim Kataguiri (União-SP), o senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) e a jornalista Monica Bergamo.
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Na segunda-feira (15), Moraes retirou também o sigilo de uma gravação feita durante reunião entre Jair Bolsonaro, o comandante da Abin Alexandre Ramagem e o general Augusto Heleno, à época ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Ao tornar pública a gravação, ressaltou que o material contém “potencial de geração de inúmeras notícias incompletas ou fraudulentas em prejuízo à correta informação à sociedade”.
*Sob supervisão de Sofia Pilagallo
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