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Vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Documento cobra resposta a uma ‘minuta confidencial de proposta’ enviada pelo Brasil e que sequer teve retorno por parte de Washington
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, enviaram uma carta ao governo dos Estados Unidos (EUA) expressando indignação com o anúncio de tarifa de 50% sobre os produtos exportados pelo Brasil.
O documento, endereçado em 15 de julho ao secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e ao representante de Comércio do país, Jamieson Greer, cobra resposta a uma “minuta confidencial de proposta” enviada em 16 de maio de 2025 pelo Brasil e que sequer teve retorno por parte de Washington.
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A carta destaca que a imposição das tarifas terá impacto muito negativo em setores importantes de ambas as economias, colocando em risco uma parceria econômica historicamente forte e profunda entre os dois países e lembra que o Brasil acumula com o país grandes déficits comerciais tanto em bens quanto em serviços, que somam, nos últimos 15 anos, quase US$ 410 bilhões.
“Nos dois séculos de relacionamento bilateral entre o Brasil e os Estados Unidos, o comércio provou ser um dos alicerces mais importantes da cooperação e da prosperidade entre as duas maiores economias das Américas”, destaca o documento, que também afirma que o Brasil tem dialogado de boa-fé com as autoridades norte-americanas.
Por fim, Alckmin e Mauro Vieira reiteram em receber comentários do governo dos EUA sobre a proposta brasileira. “O Brasil permanece pronto para dialogar com as autoridades americanas e negociar uma solução mutuamente aceitável sobre os aspectos comerciais da agenda bilateral”, pontuaram.
O líder do governo do Congresso, Randolfe Rodrigues (PT/AP) recebeu nesta quarta-feira, 16, o encarregado de Negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, a pedido do norte-americano. Segundo o senador, a intenção do representante era entender se a posição de “um deputado” que estava atuando nos EUA refletia a do Legislativo brasileiro.
“Eu reportei para ele que a atuação desse deputado não correspondia à posição majoritária do Congresso brasileiro”, disse o senador, que pontuou que o representante do governo norte-americano não citou nominalmente o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está licenciado.
“No encontro, esclareci que a posição do parlamento brasileiro já foi manifestada pelos presidentes Davi Alcolumbre (União Brasil/AP) e Hugo Motta (Republicano/PB), em apoio à condução dada pelo governo brasileiro”, escreveu Randolfe, que também informou que vai articular um encontro de Gabriel Escobar com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Hugo Motta.
