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Política

“Sem ambição”

Bolsonaro já avalia substitutos para Mourão em 2022

Nomes avaliados no Planalto levam em consideração diferentes perfis, que passam por assumidamente evangélicos, até aqueles para aproximação com eleitores do nordeste

por Juliana Braga em 28/09/21 13:55

Embora venha declarando que as portas ainda não estão fechadas para Hamilton Mourão, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já está avaliando nomes para substituir o atual vice-presidente em uma chapa para 2022. No Palácio do Planalto, seus auxiliares avaliam diferentes nomes, de diferentes perfis, para ter cartas na manga a depender do cenário em outubro do ano que vem.

Em entrevista nesta segunda-feira (27) ao programa ‘Direto ao Ponto’, da rádio Jovem Pan, o presidente afirmou que Mourão não está fora, mas também não está garantido. Relatou querer alguém sem ambição pela sua cadeira. Na semana passada, em entrevista à revista ‘Veja’, o presidente já havia dito que Mourão seria um “bom senador”.

Presidente Jair Bolsonaro ao lado do seu vice, general Hamilton Mourão.
Presidente Jair Bolsonaro ao lado do seu vice, general Hamilton Mourão. Foto: Pedro França (Agência Senado)

Em 2018, Mourão cumpriu um papel: trouxe o peso da disciplina militar para um candidato conhecido justamente pela indisciplina. Somou não só os votos de militares e seus familiares, como daqueles que tinham ainda alguma desconfiança em relação a um player que, embora já fosse deputado há 28 anos, ainda não era conhecido. Agregou o peso de seriedade ao então candidato.

Caso Bolsonaro chegue a 2022 precisando reeditar esse tipo de chapa, caso continue se fiando no voto militar e precise desse perfil para chegar ao segundo turno, o nome já em aquecimento é o do ministro da defesa, Braga Netto. Ao contrário de Mourão, o general Braga Netto já tinha alguma vivência no mundo político, adquirida quando foi o interventor da segurança pública no Rio de Janeiro, no governo do ex-presidente Michel Temer. Seria uma opção para não trocar o certo pelo duvidoso, com alguém que conquistou a confiança de Bolsonaro.

Nas duas entrevistas, o presidente menciona estar sendo aconselhado a escolher um nome do Nordeste. Está no radar o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). Além de agregar uma aproximação com a região na qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é hoje o preferido, Bezerra também agrega a bagagem do “realpolitik”. Para se efetivar essa opção, o líder do governo provavelmente precisaria mudar de partido, já que o MDB vem conversando com possibilidades de terceira via

Há também aqueles que o aconselham a ter uma mulher como vice-candidata, para quebrar a resistência desse eleitorado com o atual chefe do Executivo. Em 2018, Bolsonaro foi alvo da campanha “Ele não” e, embora haja oscilações, sua aprovação é sempre menor entre as mulheres nas pesquisas de opinião. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM-MS), é a preferida nesse cenário, porque ainda agrega o apoio do agronegócio.

Tereza tem também a vantagem de ter se preservado até o momento dos exageros do presidente Jair Bolsonaro. Conseguiu manter uma imagem de eficiência e até mesmo de lealdade, sem se imiscuir nos discursos e nas atitudes mais voltadas para a base ideológica.

Por fim, caso o apoio de Bolsonaro na base evangélica se esfarele, seus aliados sugerem a escolha de um evangélico. O pastor Silas Malafaia já foi sondado e, apesar de ainda resistir, pela primeira vez não respondeu “não” de imediato. Hoje ainda seria um cenário de soma zero, ou seja, não agregaria porque Bolsonaro ainda tem o voto evangélico. Mas caso chegue muito enfraquecido em 2022, pode partir para um tudo ou nada e, dessa maneira, apostar as fichas na sua própria base ideológica para tê-la por completo e, assim, garantir seu espaço no segundo turno. 

O principal componente dessa escolha, no entanto, ainda não está definido: por qual partido o presidente disputará as eleições. A definição é importante porque está cada vez mais provável que o presidente opte por um partido maior, com seus próprios caciques e suas próprias definições. Essas alianças terão, certamente, influência desses players, que ainda não estão definidos.

Íntegra do programa ‘Café do MyNews‘ desta terça-feira (28), que abordou o posicionamento de Bolsonaro frente à escolha de seu vice.

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