Eventos como o encontro de Jair Bolsonaro (sem partido) com representantes de bancos e empresas ajudam a propagação da covid-19 e a agenda do presidente em São Paulo tenta demonstrar um apoio que ele não tem. Essa é a avaliação do empresário do setor de energia Emerson Kapáz.
“É um jantar que acontece exatamente 15 dias depois de ter sido publicado o manifesto de 500 empresários pesos-pesados, esse sim com uma influência enorme no PIB dos mais variados segmentos, das mais variadas áreas, bancos, economistas, dizendo sobre a preocupação que o Brasil vive hoje, que nós estamos completamente sem rumo em relação ao combate à pandemia”, diz Kapáz ao MyNews.
Ex-deputado federal entre 1999 e 2003 pelo PSDB, Kapáz é diretor da GDSolar, companhia de energia com 25 usinas solares e que anunciou um investimento de R$ 300 milhões em 2020. Para ele, o recente encontro de Bolsonaro com representantes de BTG, Banco Safra, Bradesco, Riachuelo, SBT, MRV, entre outras empresas, é sintoma de uma busca desesperada de apoio.
Ainda de acordo com Kapáz, o Brasil atravessa um “vazio de liderança assustador”, tanto na área política como na área empresarial. Ele estende suas críticas à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), cujo presidente, Paulo Skaf, esteve no jantar com Bolsonaro: “As entidades empresariais de classe têm uma dessintonia total com o empresariado. A Fiesp tem uma dificuldade de representatividade hoje porque o presidente da Fiesp é filiado a um partido político, isso não poderia acontecer nunca”.