Além de Ciro Gomes, seu irmão Cid Gomes, que é senador pedetista pelo Ceará, também é suspeito de envolvimento em atos ilícitos
por Sara Goldschmidt em 15/12/21 12:40
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (15) a Operação Colosseum, para desmontar um esquema de fraudes, exigências e pagamentos de propinas a agentes políticos e servidores públicos, por conta de processos de licitação para obras no estádio Castelão, em Fortaleza (CE), entre os anos de 2010 e 2013. Entre os alvos das buscas estão o presidenciável do PDT, Ciro Gomes, e seus irmãos Lúcio Gomes e Cid Gomes, que é ex-governador do Ceará e atual senador do PDT pelo estado.
Cerca de oitenta policiais federais cumprem 14 mandados de busca e apreensão expedidos pela 32ª vara da Justiça Federal, em domicílios investigados nas cidades de Fortaleza, Meruoca e Juazeiro do Norte, no Ceará, e em São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e São Luís (MA). As buscas têm como objetivo apreender mídias digitais, aparelhos celulares e documentos.
Segundo a Polícia Federal, as investigações tiveram início em 2017, por conta de indícios de esquema criminoso envolvendo pagamentos de propinas para que uma empresa se beneficiasse no processo licitatório da Arena Castelão. E, depois, na fase de execução contratual, a mesma empresa recebesse valores do governo do Ceará ao longo da execução da obra e manutenção do estádio.
A PF apurou ainda indícios de pagamentos de 11 milhões de reais em propinas diretamente em dinheiro ou disfarçadas de doações eleitorais, com emissões de notas fiscais fraudulentas por empresas fantasmas.
Após o cumprimento dos mandados, as investigações devem continuar com a análise do material apreendido na operação e do fluxo financeiro dos suspeitos. Os investigados poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, fraudes em licitações, associação criminosa, e corrupção ativa e passiva.
O nome da operação remete em italiano ao estádio Coliseu, localizado em Roma, na Itália.
À jornalista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, Ciro Gomes disse ter “absoluta certeza” de que a operação teve a influência do presidente Jair Bolsonaro (PL). “Eu tenho absoluta segurança de que é ordem de Bolsonaro, tal a violência e arbitrariedade”, afirmou ele à coluna.
Ainda de acordo com o presidenciável, a origem do inquérito é uma delação premiada de “uma pessoa que diz na própria delação que nunca falou comigo”. A operação contou com relatos de quatro executivos da Galvão Engenharia, que fecharam acordos de delação com a PF. A empreiteira participou de concorrência para reformar o estádio do Castelão, que sediou partidas da Copa do Mundo de 2014.
Nas redes sociais, Ciro escreveu: “Até esta manhã eu imaginava que vivíamos, mesmo com todas imperfeições, em um país democrático. Mas depois da Policia Federal subordinada a Bolsonaro, com ordem judicial abusiva de busca e apreensão, ter vindo a minha casa, não tenho mais dúvida de que Bolsonaro transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade.”
Segundo Ciro, a operação “tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar criar danos” [à sua pré-candidatura à Presidência]. “O braço do estado policialesco de Bolsonaro, que trata opositores como inimigos a serem destruídos fisicamente, levanta-se novamente contra mim”, complementou ele.
Comentários ( 0 )
ComentarMyNews é um canal de jornalismo independente. Nossa missão é levar informação bem apurada, análise de qualidade e diversidade de opiniões para você tomar a melhor decisão.
Copyright © 2022 – Canal MyNews – Todos os direitos reservados. Desenvolvido por Ideia74
Entre no grupo e fique por dentro das noticias!
Grupo do WhatsApp
Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo.
ACEITAR