Política

Troca na Saúde

CPI da covid, movimento do Centrão e disputa eleitoral: a dança das cadeiras no Ministério da Saúde

Visando um discurso diferente do empregado desde o início da pandemia e cedendo às pressões do centro político, governo Bolsonaro trocará o comando da pasta pela terceira vez

por Vitor Hugo Gonçalves em 15/03/21 14:33

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), passou o final de semana articulando sobre a possibilidade de trocar a gestão do Ministério da Saúde, atualmente comandado pelo general de divisão do Exército Brasileiro, Eduardo Pazuello – nos últimos sete dias, a média móvel de mortes diárias no Brasil chegou ao recorde de 1.832.

Com o retorno do ex-presidente Lula ao cenário político – e possivelmente eleitoral –, Bolsonaro foi aconselhado a se concentrar na crise sanitária e, ao perceber a urgência de reorganizar estruturas de apoio, prometeu a interlocutores que a mudança na pasta deve ocorrer ainda nesta segunda-feira (15).

O presidente Jair Bolsonaro no momento em que nomeia o general Eduardo Pazuello como ministro da Saúde.
O presidente Jair Bolsonaro no momento em que nomeia o general Eduardo Pazuello como ministro da Saúde. Foto: Marcelo Camargo (Agência Brasil).

O jornal ‘Estado de S. Paulo’ divulgou no sábado (13) que o conjunto de partidos que compõem o Centrão é uma das principais forças de pressão ao Planalto no que diz respeito à alteração na pasta. O principal nome ventilado entre os parlamentares era o da cardiologista Ludhmila Abrahão Hajjar (crítica à postura presidencial no combate à pandemia), respaldado também por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e pela cúpula do Congresso.

A doutora, no entanto, comunicou ao presidente Bolsonaro na manhã desta segunda-feira (15) que não aceitará assumir o ministério.

O deputado federal Luiz Antonio de Souza Teixeira Júnior (PP-RJ), conhecido como Dr. Luizinho, também é cotado para assumir a posição. Entretanto, o político comanda a comissão externa da Câmara destinada a acompanhar o enfrentamento à pandemia, cargo efetivo para pressionar o Governo Federal, e, em razão de seus encargos, não é preferência dos parlamentares de centro.

CPI da covid

Integrantes do governo admitem que uma das razões que implicam na saída de Pazuello é referente ao esvaziamento da CPI da covid-19 no Senado Federal. A troca do general, então, pode ser compreendida como uma estratégia de permuta, uma vez que o ministério ganhará uma figura competente, simpática ao Centrão, enquanto ameniza-se a pressão da investigação que corre no STF.

Mediante as pressões, o presidente tenta agilizar os ajustes, e Pazuello, indicando cooperação, já afirmou que entregará o cargo assim que Bolsonaro solicitar – no domingo (14), o jornal ‘O Globo’ noticiou que o ministro, sob alegação de cansaço e problemas de saúde, teria pedido para deixar a cadeira.

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