Haddad diz que sistema político do Brasil mudou: ‘Não é o mesmo’ Ministro da Fazenda, Fernando Haddad | Foto: Foto: Diogo Zacarias/MF

Haddad diz que sistema político do Brasil mudou: ‘Não é o mesmo’

Questionado sobre qual nome daria para o atual sistema brasileiro, citou uma brincadeira do ministro Flávio Dino

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira, 27, que o sistema político do Brasil mudou nos últimos anos. A declaração foi dada durante um comentário que ele fazia da relação do governo federal com o Congresso, que impôs uma dura derrota para o Palácio do Planalto nesta semana, com a derrubada do decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Haddad pontuou que o legislativo federal é de centro-direita e que as propostas precisam ser negociadas caso a caso. “Olha, eu estou completando nove anos à frente de um ministério – seis anos e meio no MEC e dois anos e meio agora – mudou o sistema político do Brasil. Ele não é o mesmo do Fernando Henrique e do Lula”, declarou, em entrevista a GloboNews.

Leia mais: “PSol recorre ao STF contra derrubada do IOF no Congresso”

Questionado sobre qual nome daria para o atual sistema brasileiro, ironizou: “Tem uma brincadeira do Flávio Dino que ele deu em uma entrevista que eu gostei. Ele falou: ‘Olha, tem quatro sistemas políticos no mundo: o presidencialismo, o parlamentarismo, o semipresidencialismo e o Brasil’.” Dino atualmente é ministro do Supremo Tribunal Federal.

A principal mudança nos últimos anos foi o apoderamento do Congresso de parte significativa do orçamento público, com o aumento expressivo das emendas parlamentares, que, em 2025, chegaram à casa dos R$ 50 bilhões, o que diminui o dinheiro à disposição dos ministérios para obras e projetos.

Mais cedo, em uma palestra na Faculdade de Direito da USP, Haddad criticou como o Brasil faz ajuste fiscal. “Historicamente, ajuste fiscal é sinônimo de supressão de direitos no Brasil”, pontuou. “Em geral é quem ganha salário mínimo, é o aposentado. Quando você fala ‘vamos corrigir essas contas, vamos chamar a turma da cobertura’, aí se espantam, aí o ajuste fiscal não é interessante”, afirmou.

O ministro disse que a desigualdade precisa ser corrigida junto com o ajuste fiscal, e não em outro momento. “Depois, a desigualdade vai ser maior. Então vamos fazer o ajuste certo. Vamos fazer o correto. Vamos cobrar a parte de quem não contribui hoje para a gente ter um país melhor.”

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