Presidente da Câmara afirmou que ‘capitão que vê o barco indo em direção ao iceberg e não avisa, não é leal, é cúmplice’
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos/PB), defendeu nesta segunda-feira, 30, em vídeo postado nas redes sociais, a decisão do Congresso Nacional, que na semana passada, derrubou o decreto do presidente Lula sobre o IOF. Ele enfatizou que a proposta teve apoio de parlamentares de esquerda e de direita e concordou com a alcunha de ser “morde e assopra”.
“Se uma ideia for ruim pro Brasil, eu vou morder. Mas se essa ideia for boa, eu vou assoprar para que ela possa se espalhar por todo o país. Ser de centro não é ter ausência de posição, é ter ausência de preconceito”, afirmou o deputado, que junto com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil/AP), impuseram uma derrota histórica para o Palácio do Planalto.
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Motta classificou como “fake” as alegações do governo foi traído “traído” e “pego de surpresa”. “Capitão que vê o barco indo em direção ao iceberg e não avisa, não é leal, é cúmplice. E nós avisamos ao governo que essa matéria do IOF teria muita dificuldade de ser aprovada no Parlamento. O presidente de qualquer poder não pode servir a um partido. Ele tem que servir ao seu país”, disse.
O presidente da Câmara afirmou que o IOF é um imposto que afeta toda a cadeia econômica e que a polarização política no Brasil tem cansado muita gente “e agora querem criar a polarização social”. Ele destacou que, no mesmo dia em foi derrubado o aumento no imposto, a Câmara aprovou três outras medidas que beneficiam o governo.
O PSOL já ingressou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal para suspender a derrubada do decreto do governo. Na ação, o partido alega que o decreto é inconstitucional por usurpação da competência privativa do Executivo.