“Jamais houve ilegalidades”, diz Deltan sobre a Lava Jato

“Jamais houve ilegalidades”, diz Deltan sobre a Lava Jato


O procurador da República Deltan Dallagnol acredita que a Lava Jato pode fazer uma autocrítica, mas não acredita ser o momento adequado. Para ele, o Brasil deveria “analisar a grande corrupção, monstruosa e sistêmica” que foi revelada e tomar uma “atitude construtiva”. Em entrevista ao MyNews, o ex-coordenador da operação comentou a Vaza Jato e a recente aprovação de mudanças na lei de improbidade administrativa pela Câmara.

“A Lava Jato rompeu a impunidade histórica de décadas em relação a grande corrupção, ela conseguiu algo que jamais se tinha conseguido e quando você desbrava, quando você faz coisas novas, você está na ponta, usando novos instrumentos, como cooperação internacional, colaboração premiada, responsabilizando quem jamais tinha sido responsabilizado, é claro que você pode cometer alguns equívocos, agora, você tem o sistema de justiça justamente para revisar esses equívocos”, diz Deltan.

O procurador afirma que não reconhece a autenticidade das mensagens da Vaza Lato e acredita que houve uma distorção sensacionalista de “supostas mensagens”. “Jamais houve ilegalidades, como vazamento de informações sigilosas, acesso a informações fiscais de modo ilegal e outras coisas que alguns atribuem sem prova à Lava Jato”, diz Deltan.

“Mudanças assustadoras”

O ex-coordenador da Lava Jato faz duras críticas às mudanças na lei de improbidade administrativa. Para ele, as alterações, que ainda precisam ser aprovadas pelo Senado e sancionadas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), “praticamente eliminam a possibilidade de combater de modo eficiente a corrupção e, em especial, a corrupção política”.

“Se o brasileiro não acordar logo, se não abrir os olhos, ele vai acordar daqui alguns anos e a gente vai ter voltado 30 anos no combate à corrupção”, diz Deltan.

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