Política

ELEIÇÕES 2022

Marina Silva diz que nunca falou sobre vice-presidência com Ciro Gomes

Em entrevista ao MyNews, ex-ministra afirmou que conversas com o presidenciável do PDT são sobre propostas para o Brasil. Marina falou das possíveis alianças para 2022 e da possibilidade de se candidatar ao Senado.

por Julia Melo em 15/02/22 16:09

Interlocutores de Ciro Gomes (PDT) e eleitores fiéis do pedetista já afirmaram que a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva seria a vice-presidente perfeita para a chapa de Ciro Gomes. Mas a líder da Rede Sustentabilidade, em entrevista ao MyNews, reforçou que não recebeu convite de Ciro nem conversa com ele pensando num lugar para si na disputa eleitoral. “Nunca falamos dessa história de vice. Falamos de ideias, de propostas para o Brasil”, afirmou. 

Marina Silva deu como exemplo a época em que foi candidata à vice-presidência com o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos na cabeça da chapa, em 2014. Ela não tinha objetivos de entrar na eleição quando se aproximou de Campos. “Eu fui levando propostas, não foi para ser vice de Eduardo”, disse. Para a ex-ministra, os diálogos políticos e eleitorais não devem se pautar na importância de um nome. 

Foto que Ciro Gomes publicou com Marina Silva no aniversário dela, no dia 8 de fevereiro. Na ocasião, Ciro a chamou de “grande mulher e grande brasileira” e afirmou que são amigos. Foto: reprodução (Redes sociais)

A parceria do presidenciável pelo PDT com o marqueteiro João Santana já foi apontada como um impedimento para a construção da chapa Cirina. Em relação à Santana, Marina afirmou ter “ressalvas”, mas disse que não reduz Ciro Gomes a João Santana. O marqueteiro trabalhou na campanha Dilma-Temer de 2014 e assinou peças comunicacionais difamatórias sobre Marina Silva, o que a levou a romper relações com o Partido dos Trabalhadores.

Ainda sobre a vice-presidência, a acreana comentou sobre a possibilidade do ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido) ser o vice do ex-presidente Lula (PT) na campanha eleitoral deste ano. Ela não vê problemas na aliança com Alckmin, mas afirmou que considera um pouco tarde. Marina acredita que antes da polarização com Bolsonaro, o PT perdeu tempo e oportunidades na polarização com o PSDB. Uma união com Alckmin, que para ela é um representante do legado do partido tucano, é um aceno tardio de Lula. 

Reaproximação com o PT 

Segundo Marina Silva, fazer uma autocrítica é reconhecer os erros e não repeti-los. E é isso que ela espera do PT para uma reaproximação com a sigla. Mas reforça: não é somente do PT que ela e o Brasil aguardam uma autocrítica e uma análise do que deu errado para impulsionar o crescimento do autoritarismo que resultou em Jair Bolsonaro (PL) na presidência. Ao longo da conversa, a ex-ministra evitou culpabilizar diretamente o Partido dos Trabalhadores ou algum de seus líderes. 

Isso também aconteceu quando o tema da corrupção entrou na conversa. Para ela, o problema é estrutural e não aconteceu somente dentro do PT e dos governos de Lula e Dilma. Marina lembrou que nomes e líderes de outros partidos também estiveram envolvidos na Operação Lava Jato e em escândalos de corrupção. Assim como o atual governo, conforme o que foi mostrado pela CPI da Pandemia. 

Dentro da Rede Sustentabilidade, há o debate sobre quem apoiar na disputa presidencial: Lula ou Ciro. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos principais nomes do partido, já se posicionou a favor de Lula e deve compor a equipe de campanha do ex-presidente.

Na entrevista desta terça, Marina Silva afirmou que o partido está avaliando como proceder e que a ex-senadora Heloísa Helena está cuidando das negociações. Helena já afirmou em entrevistas que Ciro Gomes foi o único que convidou a Rede para dialogar e o único com propostas concretas. 

Marina Silva e a alagoana Heloisa Helena, a quem Marina chama de “irmã”. Foto: reprodução (Redes sociais).

A questão do diálogo em detrimento de um nome forte na composição de uma chapa é um quesito importante para Marina Silva e para a Rede. Durante o Café do MyNews, ela reforçou que “a pátria é a construção de um povo, não de um salvador”. No entanto, a ex-ministra disse que os filiados ao partido têm a liberdade de escolher por conta própria qual candidato apoiar, como fez Randolfe Rodrigues.

A possibilidade de uma candidatura ao Senado

Marina Silva foi senadora por 16 anos e falou ao MyNews que não pensava, até então, em retornar ao Congresso. A sugestão de sair como senadora em 2022 é um debate, segundo ela, de dentro da Rede e também de fora. Ela afirma que existe sim uma discussão sobre a proposta, e que “em um momento oportuno, não tão distante, vou me manifestar”. 

Para conferir mais da entrevista, assista na íntegra no Café do MyNews:

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