Mesa envia suspensão de mandato de Janones ao Conselho de Ética Deputado André Janones é alvo de representação no Conselho de Ética | Foto: Reprodução/Rede social "CONDUTA ZOMBETEIRA"

Mesa envia suspensão de mandato de Janones ao Conselho de Ética

Corregedor da Câmara entendeu que parlamentar mineiro tumultuou sessão de quarta ao provocar bolsonaristas, com uma “conduta zombeteira”

A Mesa da Câmara enviou na noite de ontem ao Conselho de Ética pedido de suspensão do mandato do deputado André Janones (Avante-MG), uma representação feita pelo PL. O partido de Jair Bolsonaro quer punição do parlamentar mineiro pela acusação de “desordem no ambiente legislativo, tumultuando os trabalhos e inviabilizando a sessão” da última quarta-feira, quando filmou e bateu boca com bolsonaristas.

O corregedor Parlamentar, Diego Coronel (PSD-BA), concordou com o pedido do PL, entendeu ter ocorrido no episódio elementos que caracterizam quebra de decoro parlamentar e falou em necessidade de uma resposta.

“Quando gestos que afrontam o decoro são relativizados ou ignorados, não se compromete apenas a imagem individual de um parlamentar, mas se fragiliza, ainda que sutilmente, a dignidade coletiva desta Casa. Por isso, talvez seja oportuno refletir sobre a necessidade de uma resposta que, sem excessos, una firmeza, equilíbrio e proporcionalidade — sobretudo, que se faça presente”, se manifestou Coronel.

Leia Mais: Conselho de Ética aprova suspensão de Gilvan da Federal por três meses

O pano de fundo de toda discussão foram as medidas de Donald Trump contra o governo brasileiro.

Na sessão, Janones é acusado de ter tumultuado o discurso de Nikolas Ferreira (PL-MG), que discursava na tribuna, citando a carta de Trump, e de se posicionar em frente ao púlpito e o filmava “de forma ostensiva, parecia hostilizar o orador, enquanto gravava e proferia palavras e gestos que, aparentemente, pelo exame das imagens da sessão em apreço, ultrapassaram o mero dissenso político, porquanto suas ações ensejaram inequívoca desordem no ambiente legislativo, tumultuando os trabalhos da Casa e inviabilizando o regular prosseguimento da sessão”, descreve o corregedor.

Diego Coronel reconhece que as notas taquigráficas da sessão, durante os onze minutos qu duraram o embate, não constam falas de Janones, mas cita, o corregedor, “a conduta zombeteira” adotada por Janones, o que comprometeu a imagem da Câmara junto à opinião pública, registra.

A Mesa da Câmara, então, decidiu encaminhar ao Conselho de Ética o caso. O pedido foi feito pelo líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), que citou ainda o fato de Janones avançar para o lado onde se concentra a bancada do partido opositor, filmar e provocar os aliados de Bolsonaro. Ao final, ele pede a suspensão do mandato de Janones.

Em maio deste ano, o deputado Gilvan da Federal (PL-ES) teve seu mandato suspenso por três meses pelo Conselho de Ética por ofensas à ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais). Nesse período de suspensão, o deputado fica sem salário, sem verba de gabinete e sem emendas parlamentares.

O que diz Janones

No dia do tumulto, Janones afirmou que foi agredido fisicamente dentro do plenário pela “tropa de choque bolsonarista” e que, sozinho, foi  cercado por 12 deputados “que tentaram me intimidar para que eu não criticasse o deputado Nikolas Ferreira”, que discursava naquele momento.

“Como não tenho medo e sei jogar o jogo deles, partiram para a agressão física na tentativa de me calar, mas não conseguiram. Estou formalizando uma queixa-crime e também realizarei exame de corpo de delito. 2026 já começou. E, a partir de agora, haverá choro e ranger de dentes. É guerra”, postou Janones nas suas redes.

Em nota, o parlamentar afirmou ter sido alvo de uma investida para calá-lo e citou os deputados que o teriam cercado: Rodolfo Nogueira, André Fernandes, Delegado Paulo Bilynky, Delegado Caveira, Zé Trovão e Carlos Jordy.

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