Abdul Ghani Baradar é cofundador do grupo extremista e estava no Qatar, de onde chefiou o gabinete político do movimento e conduziu as negociações com os Estados Unidos
por Liliane Machado em 21/08/21 14:54
O cofundador e número dois do Talibã, Abdul Ghani Baradar, chegou neste sábado (21/8) em Cabul para negociações com outros membros do movimento e líderes políticos sobre a formação do novo governo do Afeganistão.
De acordo com a agência France-Presse, uma fonte oficial afirmou que Baradar irá se encontrar em Cabul com “líderes e políticos jihadistas para estabelecer um governo inclusivo”.
O líder é cofundador do grupo extremista e estava no Qatar, onde chefiou o gabinete político do movimento e conduziu as negociações com os Estados Unidos que levaram à retirada das forças estrangeiras do Afeganistão, durante o governo Trump. Conforme noticiou o português Jornal de Notícias.
No regresso ao Afeganistão, Baradar fez uma parada na cidade de Kandahar (Sul), local que foi o epicentro do poder talibã quando o movimento sunita esteve no poder pela primeira vez, entre 1996 e 2001. Localizada a cerca de 500 quilômetros a sudoeste de Cabul, Kandahar é a segunda maior cidade do Afeganistão.
Abdul Ghani Baradar, 53 anos, é o cofundador dos talibãs juntamente com Mohammed Omar, que morreu em 2013, mas cuja morte foi escondida durante dois anos. Como muitos afegãos, a vida de Baradar foi marcada pela invasão soviética em 1979, que o transformou num ‘mujahid’ (combatente).
Em 2001, após a intervenção dos EUA e a queda do regime talibã, Ghani Baradar teria feito parte de um pequeno grupo de insurgentes prontos para um acordo com a administração de Cabul, uma iniciativa sem resultados, segundo a AFP.
Baradar era o líder militar dos talibãs quando foi preso em 2010, em Carachi, Paquistão, tendo sido libertado em 2018. O movimento talibã é liderado atualmente por Haibatullah Akhundzada.
Os talibãs assumiram o poder no Afeganistão com a conquista de Cabul, há uma semana, após uma ofensiva intensificada em maio, que coincidiu com o início da retirada das forças internacionais do país, após 20 anos.
Em árabe a palavra “jihad” significa “esforço” ou “luta””. No islã, isso pode significar a luta interna de um indivíduo contra instintos básicos, o esforço para construir uma boa sociedade muçulmana ou uma guerra pela fé contra infiéis. Os jihadistas entendem que a luta violenta é necessária para erradicar obstáculos para a restauração da lei de Deus na Terra e para defender a comunidade muçulmana.
O termo “jihadista” não é usado por muitos muçulmanos porque eles acreditam que se trata de um associação incorreta entre um conceito religioso nobre e a violência ilegítima. Em vez disso, eles usam o termo “pervertidos”, com a ideia de que muçulmanos envolvidos em atos violentos se desviaram dos ensinamentos religiosos.
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