Os números que a envolvem são nas casas das centenas, dos milhares. Do número de páginas da conclusão da PF ao de alvos da bisbilhotice
Tudo nessa investigação sobre a “Abin Paralela” é grandioso. Os números que a envolvem são nas casas das centenas, dos milhares. A começar pelo número de páginas do relatório final da Polícia Federal, que considera Jair Bolsonaro chefe dessa outra organização criminosa: 1.125 páginas. O ex-presidente só não foi indiciado por responder a esse tipo de crime em outra ação no Supremo Tribunal Federal (STF), a dos atos golpistas.
O esquema montado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no tempo de Alexandre Ramagem como diretor espionou 1,8 mil celulares, outro volume estrondoso. Isso entre fevereiro de 2019 e abril de 2021. No programa israelense “First Mile”, usado para espionar esses aparelhos, realizou 60.734 consultas, todas ilegais.
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O número de indiciados também é espantoso: 36 pessoas ao todo. Foram tantas as vítimas da bisbilhotice, que os alvos foram divididos em oito categorias, tamanha a diversidade das pretensões dos bolsonaristas. As categorias: Geral, Servidores do TSE e institutos de pesquisas, Poder Judiciário, Poder Legislativo, Ministério Público, servidores públicos, proteção do núcleo político e contexto não identificado.
Entre as centenas de monitorados, estavam os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do STF; a ex-deputada federal Joice Hasselmann, que foi líder do governo Bolsonaro, foi seguida pessoalmente, assim como Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara. Estiveram na mira da Abin de Ramagem os parlamentares integrantes da CPMI da Pandemia, como os senadores Randolfe Rodrigues e Renan Calheiros.
Os tentáculos da Abin bolsonarista tentou obter dados dos casos de Adélio Bispo, que cometeu um atentado a faca contra Bolsonaro em 2018, e de Marielle Franco, a vereadora do PSol assassinada no Rio de Janeiro no mesmo ano.
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