O bolsonarista do baixo clero autor da CPI incômoda ao governo Coronel Chrisóstomo (PL-RO) em evidência no noticiário por ser autor do pedido de CPI do INSS, que o governo tenta impedir a instalação | Foto: Evandro Éboli/MyNews FRAUDE NO INSS

O bolsonarista do baixo clero autor da CPI incômoda ao governo

Coronel Chrisóstomo (PL-RO) disse viver seu momento de maior visibilidade na Câmara, que nunca deu tantas entrevistas e tudo por ser autor do pedido de CPI do INSS

No seu segundo mandato na Câmara, o deputado bolsonarista Coronel Chrisóstomo (PL-RO) vive, pela primeira vez, seus quinze minutos de fama. Do chamado “baixo clero” da Casa, o parlamentar ganhou os holofotes desde que, quase num tempo recorde, em uma semana, colheu assinaturas para protocolar o pedido da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os desvios de recursos de aposentados e pensionistas do INSS.

O coronel batizou e a apresentou como a CPI do Roubo dos Aposentados, e se nega a chamá-la de CPI do INSS.

Leia Mais: Desvio em contas de aposentados derruba Lupi do governo

Em conversa com o Canal MyNews, Chrisóstomo reconheceu ser este seu momento de maior exposição nestes sete anos de seus dois mandatos. O aliado de Jair Bolsonaro está seguro que foi a ameaça da CPI que derrubou o ex-ministro Carlos Lupi (Previdência) do cargo.

“Nunca tive uma visibilidade tão grande. Já dei entrevistas para mais de vinte meios de comunicação, dos mais influentes do país. Logicamente não tinha ideia que ao apresentar a CPI teria tanta visibilidade. Procurei focar no roubo que estava acontecendo no INSS. Se tratam de pessoas frágeis, de aposentados doentes, que precisam desse dinheiro para sustentar a família e comprar remédios. Realmente, uma visibilidade muito grande”, disse o deputado.

Coronel Chrisóstomo é de um grupo bolsonarista no Congresso, claro, de oposição ao governo, mas não da turma extremista, que grita com os opositores, bate na mesa e parte da cima de petistas e outros. Em seus discursos, ele repete com frequência ser descendente de indígenas, de uma etnia da Amazônia.

Na presença de Lupi nesta semana numa das comissões da Casa, o bolsonarista se dirigiu a ele com o pedido para sair, deixar o ministério.

“Mesmo que, se por acaso, não venha a ser instalada, foi esse movimento da CPI que o derrubou do cargo. A repercussão foi muito forte. E, no caso do presidente Lula, o escândalo está batendo onde ele teve mais voto, que foi no Nordeste. Muita gente sendo roubada por lá”, afirmou Chrisóstomo.

Leia Mais: Deputados da base do governo garantiram com sobra pedido de CPI

Em uma semana,  autor do pedido da CPI coletou mais que as 171 assinaturas mínimas necessárias para se encaminhar o pedido de instalação. Ao todo, atingiu 185 adesões, 14 a mais. E, surpreendentemente, quase metade, 80 parlamentares, foi de deputados da base do governo.
O parlamentar bolsonarista conseguiu até o apoio do deputados Marcos Pereira, de São Paulo, presidente nacional do Republicanos, partido com cargos no ministério.
“O procurei pessoalmente. Disse que ele era uma pessoa cristã, uma pessoa que tem multidões de pessoas velhinhas na Igreja, não como eleitores, e que são aposentados do INSS. Prontamente ele não apenas assinou como se prontificou a fazer parte da CPI. E assinou sem dizer que estava em dúvidas”, contou o autor da CPI.
Nestes quase dois mandatos, o parlamentar conta que teve duas propostas de sua autoria que se tornaram leis: uma referente a crimes cometidos na internet e outro sobre concessão florestal.

Relacionados