Pontífice também declarou, em março de 2023, que Lula foi condenado sem provas e que Dilma era uma mulher de “mãos limpas”
A política nunca foi afastada dos comentários e preocupações do Papa Francisco. Em 2022, quatro dias antes do segundo turno das eleições de 2022, que levou a disputa entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. Em uma manifestação na audiência-geral na praça São Pedro, no Vaticano, o pontífice rogou à Nossa Senhora Aparecida que cuide do povo brasileiro para a população ficar livre do ódio, da intolerância e da violência.
Não foi a única manifestação política de Francisco sobre o Brasil. Em março de 2023, o Papa declarou a uma rede de TV argentina que Lula foi condenado a prisão sem provas, pela Lava-Jato, e que Dilma Rousseff foi vítima de uma injustiça quando sofreu o impeachment. Ele a denominou como uma “mulher de mãos limpas”.
Foi uma fala divulgada no Vatican News, portal de notícias da Santa Sé, numa saudação do Papa aos peregrinos de língua portuguesa. Francisco não citou referências aos nomes dos dois candidatos, mas a declaração foi interpretada como um recado aos bolsonarisas.
CONFIRA: Lula decreta luto de sete dias e lamenta: “levou o amor onde havia ódio”
Duas semanas antes, militantes bolsonarisas causaram tumulto no santuário Nacional de Nossa Senhora, em Aparecida (SP), no dia nacional de sua celebração. Bolsonaro visitava o local. Aliados do ex-presidente vestiam camisa vermelha e aos gritos repetiam “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”.
VEJA: Morre Francisco, o Papa de todos
Na ocasião, Francisco citou a beatificação de Benigna Cardoso da Silva, no Crato, no interior do Ceará. Se trata de uma menina de 13 anos foi morta durante uma tentativa de estupro, em 1941. O papa se referiu a ela como “uma jovem mártir que, seguindo a palavra de Deus, manteve pura a sua vida, defendendo a sua dignidade”.