Lula e seu projeto de reeleição em risco Foto: Ricardo Stuckert / PR

Lula e seu projeto de reeleição em risco

Pesquisas demonstram que 2026 não será fácil para petistas

O final de semana de Lula e do Partido dos Trabalhadores não será simples. Ninguém, no Planalto falará, com alegria, “sextou!”. As pesquisas divulgadas essa semana são péssimas, no curto e no médio prazo. No curto, o governo continua numa reprovação crescente; no médio prazo, projetando, 2026, a reeleição está em risco, alto, inclusive.

Reeleição de Lula corre riscos

A pesquisa Genial/Quaest, coligindo dados de maio de 2025, traz uma desaprovação do Governo Lula de 57% e uma aprovação de 40%. Em março, a desaprovação era de 56% e a aprovação era de 41%. No gráfico, apresentando pelo instituto de pesquisa, o problema começa em dezembro de 2024 e janeiro de 2025, quando a aprovação começa a cair e a desaprovação a subir sem parar.

Em recortes do eleitorado, por exemplo, Lula continua mais aprovado do que desaprovado na região Nordeste, contudo, nas demais regiões – Sudeste, Sul, Centro-Oeste/Norte – sua desaprovação é muito grande. No segmento sexo, as mulheres, que sempre aprovaram Lula, já desaprovam. Naqueles que tem Ensino Fundamental, a aprovação está em 50% e a desaprovação em 47%, todavia, a aprovação segue em queda e a desaprovação em alta. Noutro segmento que sempre esteve ao lado de Lula – os que ganham até dois salários mínimos – 50% aprovam e 49% desaprovam, ou seja, empate técnico. Por fim, para ficarmos em aspectos mais gerais, entre os católicos que, geralmente, apoiam Lula, sua aprovação está em 45% e sua desaprovação em 53%.

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Um dos dados mais duros para o governo é que, para os entrevistados, 44% acham que Lula é pior do que Bolsonaro e 40% melhor. Lembrando que Bolsonaro teve, em seu mandato, uma crise pandêmica. Se, em 2022, Lula firmou-se numa frente ampla (não tão ampla assim) para defender a democracia, em 2026, essa narrativa provavelmente não prosperará. Tenho afirmado, em entrevistas, que o Lula 3 não traz nenhuma marca. O Governo FHC tem como marca o controle da hiperinflação e a estabilidade da economia; Lula 1 e 2 trazem a diminuição da extrema pobreza, incremento da classe média e consolidação de programas sociais. E agora? Qual a marca desse terceiro mandato?

No campo da comunicação política, Lula, o PT e os progressistas em geral, são superados, de lavada, pelas narrativas encantadoras, especialmente, da extrema direita. A conexão de Lula com sua base histórica foi, paulatinamente, se esboroando. O mundo é outro, uma sociedade hiperconectada em rede; mas Lula parece manter-se num ambiente analógico. Inflação dos alimentos (na campanha, promessa de picanha; na prática, dificuldade de comprar o cafezinho), taxação do Pix, escândalo de corrupção do INSS e, agora, a confusa agenda de aumento do IOF. Nada, nada disso foi positivo par o governo. Não sendo um governo proativo, cabe ser reativo, mas quando reage, tem reagido tardiamente e mal.

Em síntese, o governo, se continuar assim, pavimenta uma derrota nas próximas eleições. Pode, obviamente, mudar, de forma incremental e isso leva tempo; pode, ainda, dar um cavalo de pau em suas políticas e isso traz o risco de ações populistas e uma paralisia da combalida governabilidade por uma oposição mais ferrenha do que Lula vivenciou anteriormente. Há tempo para mudar, mas isso exige liderança, grandeza e um norte, um rumo claro.

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