Saiba o que motivou Banco Central a elevar Selic para 15% a.a. Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, foi um dos que votaram pelo aumento da taxa Selic | Foto: Raphael Ribeiro/ Banco Central

Saiba o que motivou Banco Central a elevar Selic para 15% a.a.

Copom, no entanto, sinalizou que, em se confirmando o cenário esperado, fará uma interrupção no ciclo de alta de juros

O Banco Central (BC) elevou nesta semana, por unanimidade, a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, passando de 14,75% para 15,00% ao ano. Ao anunciar a decisão, o Comitê de Política Monetária (Copom) citou os principais fatores que levaram a sétima alta consecutiva, no maior patamar desde julho de 2006.

Entre outros pontos, o BC destacou que o ambiente externo continua “adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de suas políticas comercial e fiscal e de seus respectivos efeitos”. Para a instituição, o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes em ambiente de acirramento da tensão geopolítica.

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Em relação ao cenário doméstico, a autoridade monetária pontuou que o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho ainda tem apresentado algum dinamismo, mas observa-se certa moderação no crescimento. Nas divulgações mais recentes, a inflação cheia e as medidas subjacentes mantiveram-se acima da meta para a inflação.

O Copom também disse que acompanha com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros, em referência ao governo federal e ao Congresso. O BC reconheceu que está impondo uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado.

A justificativa da autoridade monetária para subir a taxa Selic é assegurar a convergência da inflação à meta em um cenário que  segue sendo marcado por “expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho”.

O Comitê adiantou, no entanto, que “em se confirmando o cenário esperado”, fará uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta.

Os diretores que compõe o Copom disseram, no entanto, que o Comitê seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste da taxa Selic caso julgue apropriado.

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