‘Cada macaco no seu galho. Ele legisla, e eu governo’, disse o presidente em relação ao Congresso
O presidente Lula (PT) comentou pela primeira vez a decisão do governo de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Congresso Nacional de derrubar o decreto que aumenta alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). “Se eu não for à Suprema Corte, eu não governo mais o país. Esse é o problema”, disse.
As declarações foram dadas em entrevista à TV Bahia, afiliada da TV Globo, durante uma visita do petista à Salvador para participar das celebrações do 2 de julho, que marca a consolidação da Independência do Brasil, com a expulsão definitiva das tropas portuguesas do território baiano.
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“O presidente da República tem que governar o país, e decreto é uma coisa do presidente da República. Você pode ter um decreto legislativo quando você tem uma coisa que fira muito a Constituição, o que não é o caso. O governo brasileiro tem o direito de propor [aumento do] IOF, sim”, declarou.
Para Lula, o erro foi o descumprimento de um acordo que tinha sido feito em um domingo na casa do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos/PB): “O presidente da Câmara tomou uma decisão que eu considerei absurda. Agora, isso você pode perguntar se tem um rompimento com o Congresso. Não. O presidente da República não rompe com o Congresso.”
“Se eu não entrar com recurso no poder Judiciário, se eu não for à Suprema Corte, eu não governo mais o país. Esse é o problema. Cada macaco no seu galho. Ele legisla, e eu governo. Eu mando um projeto de lei, eles podem aprovar ou não. Se eu vetar, eles podem derrubar o meu veto, e se eu não gostar, eu vou no poder Judiciário. Qual é o erro nisso?”, disse o presidente.