Político do PSOL comenta intimação após publicação sobre Bolsonaro e fala em “momento autoritário”
por Luciana Tortorello em 02/09/21 10:41
Em abril de 2021, a Polícia Federal intimou o ex-presidenciável Guilherme Boulos (PSOL) por uma publicação feita em seu Twitter em abril de 2020. O professor e coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) afirma que a Lei de Segurança Nacional está sendo utilizada de maneira abusiva e intimidatória.
“Seria ridículo se não fosse trágico. É sintomático do momento autoritário que a gente está vivendo no Brasil intimar alguém por um tweet, não tem o menor cabimento. Você expressar sua opinião e a Polícia Federal dizer que o presidente se sentiu ameaçado”, diz Boulos. “A Lei de Segurança Nacional tem sido usada de forma recorrente e abusivamente, não só contra opositores políticos, contra ativistas, contra comunicadores, como no caso do Felipe Neto. É um escândalo, esculhambação, já deveria ter sido inclusive revista essa legislação e hoje está sendo usada como instrumento de poder e intimidação pelo Bolsonaro”.
Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmar “eu sou a Constituição”, Boulos escreveu em sua rede social: “Um lembrete para Bolsonaro: a dinastia de Luís XIV terminou na guilhotina”. Boulos afirma que fez uma analogia histórica e não incentiva a violência.
O integrante do MTST também confirmou que esteve recentemente com Marcos Pereira, bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus e deputado federal de São Paulo pelo Republicanos. Boulos afirma que a agenda teve como objetivo construir pontes com a população evangélica.
“A gente tem que ter a capacidade, na política e na vida, de dialogar não só com quem pensa igual a gente, mas também com quem pensa diferente. Só tem receio disso quem não tem muita segurança ou firmeza nos seus princípios, naquilo que acredita. Eu tenho bastante segurança naquilo que eu acredito, nos meus valores, do lado que eu estou e dialogo com quem precisar dialogar. Nesse caso em particular, eu tenho colocado há um bom tempo a questão da necessidade de ter uma novas pontes entre a esquerda e o povo evangélico. Nós temos mais de 40 milhões de evangélicos no Brasil. Os evangélicos estão essencialmente nas periferias urbanas, povo pobre, povo que sofre, os grandes problemas da desigualdade, da falta de serviços públicos. Eu não acho razoável esse divórcio entre esquerda e esses problemas”, afirma Boulos.
O político do PSOL afirma que ainda não é o momento de discutir as eleições de 2022, mas sim de construir o impeachment de Bolsonaro. Todavia, Boulos defende a “unidade do campo progressista em nível nacional” e destaca a importância de “acabar com o tucanistão, essa capitania hereditária de 30 anos do PSDB aqui em São Paulo”.
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