Médico esclarece pontos importantes sobre a pandemia, vacinação e contágio
por Luciana Tortorello em 17/05/21 18:10
Para o médico oncologista, cientista e escritor Drauzio Varella, o Brasil só está passando por dificuldades com a vacinação por falta de liderança do Ministério da Saúde. Em entrevista ao MyNews, ele fala sobre CPI, pandemia e vacinação.
Drauzio vê desempenho do presidente da República como ineficiente, já que Jair Bolsonado (sem partido) não dá exemplo de uso de máscara, participa de aglomerações e já criticou as vacinas. O médico também afirma que a CPI da Pandemia é importante por por documentar tudo o que já foi ou não feito contra o coronavírus. E que quem provocou uma tragédia dessas dimensões no país, precisa ser responsabilizado.
“O Brasil tem um dos maiores programas de imunização do mundo, não sou eu que digo, isso é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde e por muitos outros órgãos internacionais. Nós temos 38 mil salas de vacinação espalhadas pelo país inteiro, não é sala vazia, é a sala com a geladeira, o técnico que aplica as vacinas ou a técnica, a enfermeira que coordena toda a administração de vacinas. O Brasil tem uma história de uma longa tradição de campanhas de vacinação, com muito sucesso nos anos 80. Nós chegamos a vacinar 18 milhões de crianças no único dia”, relata Drauzio.
O médico diz que pela primeira vez, o país passa por uma vacinação que começou sem nenhuma campanha e sem vacinas. Que os critérios de prioridades de um programa nacional de imunização deveriam ser estabelecidos pelo Ministério da Saúde, como sempre foi feito.
“O programa nacional foi completamente desarticulado, pessoas em cargos de mando foram trocadas por outras que não entendiam absolutamente nada de vacinas. E aí não houve essa liderança, consequentemente cada governador começou agir de um jeito e cada prefeitura escolheu as suas prioridades. Então você tem cidades que vacinaram, por exemplo, personal trainer antes de pessoas de idade, vacinaram burocratas de hospitais que trabalham à distância antes dos que estão na linha de frente. Essa desarticulação toda, essa bateção de cabeça que viraram as vacinas no Brasil, aconteceu por falta de organização do Ministério da Saúde”, analisa o cientista.
Quando o assunto é imunidade de rebanho, ele considera a tese uma ideia absurda e um crime, porque a covid-19 é uma doença que tem uma taxa considerável de mortalidade, então muita gente morre para a suposta imunidade de rebanho.
Drauzio Varella esclarece que com os estudos sendo mais aprofundados e com mais de um ano de pandemia, muitos cuidados foram se mostrando exagerados, como os cuidados com transmissão por superfícies, que agora já se tem conhecimento de que não é preciso lavar cada tomate, por medo de contágio, por exemplo.
“A transmissão ao ar livre para quem está de máscara também tem risco muito baixo. Então você está andando na rua com máscara, cruza com uma pessoa que está de máscara também, o risco de pegar é zero. O vírus é transmitido basicamente em ambientes fechados e ele exige uma certa duração do contato. A ventilação é o cuidado mais importante. O que nós temos que tomar cuidado mesmo, são os ambientes fechados. Se você recebe na sua casa uma só pessoa e essa pessoa fica ali próxima de você sem máscara, o risco é muito grande”, explica o médico.
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