Médica defensora de medicamentos ineficazes confirma encontros de “conselho científico independente” com o empresário Carlos Wizard
por Thales Schmidt em 01/06/21 14:02
A médica Nise Yamaguchi afirmou na CPI da Pandemia nesta terça-feira (1) que esteve em reuniões com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em quatro ou cinco vezes e esteve “inúmeras vezes” com representantes do Governo Federal. A defensora da cloroquina, contudo, negou a existência de um gabinete paralelo.
“Desconheço a existência de um gabinete paralelo, caso ele exista. Eu não teria nem como enunciar pessoas que participam, eu não tenho como porque eu não entendo onde o senhor [Renan Calheiros] deseja chegar”, diz Yamaguchi.
A oncologista também insistiu na defesa da cloroquina durante seu depoimento, medicamento que já foi descartado pela comunidade científica como tratamento eficaz contra a covid-19. “Eu considero que o atraso que existe no início do tratamento é o que tem determinado tantos mortos e tantas questões nesse momento”, disse.
Yamaguchi também já fez declarações públicas em defesa da imunidade de rebanho — teoria que defende que a imunidade poderia chegar por meio do contagio por covid-19, e portanto da morte, e não pela vacinação. Nesta terça-feira, contudo, a médica declarou que “novos algoritmos vão ter que entrar” na discussão sobre imunidade de rebanho.
A médica também confirmou que teve reuniões com o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), que também é defensor da tese da imunidade de rebanho, e com o empresário Carlos Wizard. Com Wizard, Yamaguchi destacou que formou um “conselho científico independente” em agosto de 2020.
Yamaguchi diz que “nunca” discutiu imunidade de rebanho e vacinação com Bolsonaro. Quando perguntada pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), se tem contatos com o Governo Federal, Yamaguchi afirmou:
“Eu sou de uma rede de governança que é voluntária, então eu tenho relações constantes com todos, eu sou uma pessoa que tem contatos com todos os itens, com todas as agências, com as sociedades civis organizadas, então eu tenho contatos federais sim, mas são pontuais”.
As declarações da médica irritaram o presidente da CPI, Omar Aziz (MDB-AM), que alertou que Yamaguchi será convocada novamente não mais como convidada, mas como testemunha.
“Sua voz calma, sua forma de falar, convence as pessoas como se a senhora estivesse falando a verdade”, disse Aziz.
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