Após a divulgação de um vídeo em que Jair Bolsonaro se reúne com o chamado “gabinete paralelo”, presidente da CPI afirma que decisão passará pelo colegiado
por Sara Goldschmidt em 05/06/21 14:04
Quatro vídeos que comprovam a existência do chamado gabinete paralelo na gestão da pandemia de Covid-19 vieram à tona na última semana. Em dois deles, o ex-assessor da Presidência da República, Arthur Weintraub, participa de lives com o médico anestesista Luiz Dias de Azevedo, um dos mais influentes entre os defensores do tratamento precoce contra a Covid. As conversas foram promovidas pelo canal de Weintraub no YouTube e trazem detalhes da concepção e funcionamento desta estrutura de aconselhamento, à margem do Ministério da Saúde. Weintraub é apontado como idealizador do gabinete paralelo, o que fica claro em uma das lives, quando o médico Dias Azevedo explica à audiência que foi Weintraub quem criou o grupo e o agradece pela iniciativa.
Os outros dois vídeos foram divulgados pelo portal Metrópoles: um no dia 30 de maio e outro nesta sexta-feira (04). O primeiro traz uma linha do tempo do gabinete paralelo – o início, a tentativa de mudar uma bula após reunião com Jair Bolsonaro, e o “experimento” em Manaus com medicamentos ineficazes enquanto o oxigênio acabava. Já o segundo, extraído das redes sociais do próprio presidente Jair Bolsonaro, mostra uma reunião do dia 08 de setembro, em que ele e alguns médicos discutem a criação de um “gabinete das sombras” para conduzir discussões sobre vacinas e outras medidas de enfrentamento à pandemia.
No encontro também estavam presentes o virologista Paolo Zanoto, a imunologista Nise Yamaguchi e o deputado federal Osmar Terra (MDB/RS). Na ocasião, Zanotto chegou a colocar em dúvida a eficácia e necessidade de imunizantes contra a Covid-19. O médico também disse que encaminhou a ideia do ‘shadow board’ ou ‘shadow cabinet’, referindo-se ao “gabinete das sombras”, ao então assessor especial da Presidência, Arthur Weintraub. Eduardo Pazuello, à época ministro da Saúde, não estava presente na reunião.
A divulgação deste vídeo motivou o presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD/AM), a avaliar a necessidade de uma reconvocação de Pazuello. Para Aziz, em entrevista concedida ontem à jornalista Bela Megale, do jornal O Globo, “o vídeo divulgado deixa claro que Bolsonaro mandava e Pazuello obedecia, simples assim. O general não decidia nada quando era ministro. As imagens mostram que o gabinete paralelo debatido pela CPI de fato existia e era ligado diretamente ao presidente. Vamos focar nessa frente” – afirmou o senador.
Segundo Aziz, “Pazuello não tem mais importância nenhuma” para a CPI, mas vai colocar o caso em análise para os demais membros para que decidam se mantém ou não o novo depoimento do ex-ministro da Saúde.
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