Moeda norte-americana fechou a semana em queda, mas tendência para os próximos meses ainda não está clara
por Gabriela Lisbôa em 05/06/21 14:25
Nos últimos dias, o dólar engatou uma tendência de queda e a morda, que chegou a R$ 5,79 no dia 29 de março, fechou a sexta-feira cotada a R$ 5,03. A queda na semana foi de 3,38%. É o menor valor desde junho de 2020, quando um dólar chegou a valer R$ 4,88.
Essa queda é o resultado de uma sequência de dados positivos que impactaram a dinâmica da bolsa local. As contas públicas tiveram um superávit recorde no mês de maio e a dívida pública chegou a 86,7% do PIB, além disso, a previsão do PIB subiu de 3,2% para 3,5%, acima das expectativas. Isso fez com que o índice Ibovespa batesse a marca dos 130 mil pontos
De acordo com Fábio Passos, CIO da Indosuez, existem dois movimentos que devem ser observados em relação ao câmbio. O primeiro é uma valorização do Real impulsionada por fatores como a alta das commodities e a entrada de fluxo de empresas locais que tinham caixa fora do Brasil.
O segundo é um movimento de desvalorização do dólar frente às moedas emergentes, esse movimento é impulsionado por dados não tão positivos divulgados nos últimos dias nos Estados Unidos. Um deles é a baixa criação de empregos, o que frustrou as expectativas. Esse cenário reduz a possibilidade de aumento dos juros norte-americanos no curto prazo e, segundo Passos, “se os estímulos se mantêm, se a política monetária mais frouxa se mantém, ou seja, se o dólar mais fraco se mantém no resto do mundo, outras moedas emergentes acabam se apreciando e o Real está incluso nesta cesta”.
Sobre a possibilidade dessa tendência de queda se manter nos próximos dias, Passos analisa o cenário com os pés no chão. Apesar das previsões que colocam a moeda abaixo dos R$ 5,00 nos próximos meses, ele diz que vê esse movimento com certo cuidado, primeiro por conta da velocidade: “não é razoável a gente ver um movimento tão forte e tão rápido. A gente não pode esquecer que até pouco tempo atrás o dólar estava a R$ 5,80 e a gente estava discutindo se ele ia para R$ 7,00 ou R$ 8,00, então não é razoável pensar que existe uma bipolaridade tão grande”. Passos também lembra que, mesmo que os riscos fiscais tenham diminuído, ainda existem muitos riscos no Brasil e o crescimento para o ano que vem não parece tão robusto, “e a gente não pode esquecer que 2022 é um ano de eleição, então eu iria devagar com o andor”, afirma.
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