Felipe Loureiro destaca que encontro entre o presidente dos EUA e Vladimir Putin pode aparar arestas na relação entre as duas potências nucleares
por Luciana Tortorello em 16/06/21 18:50
Na manhã desta quarta-feira (16), os presidentes Joe Biden dos Estados Unidos e Vladimir Putin da Rússia se encontraram em Genebra. O professor de Relações Internacionais da USP Felipe Loureiro comentou esse encontro em entrevista ao MyNews. Para ele, as relações entre os países estavam um tanto quanto distantes.
“As relações entre Estados Unidos e Rússia estão num patamar eu diria bastante baixo, ou seja, muito frio e com várias tensões em vários âmbitos, o episódio que o presidente Biden chamou o presidente Putin de assassino em abril, há dois meses, fez com que o embaixador da Rússia retornasse para Rússia e o governo da Rússia pedisse que embaixador norte-americano também voltasse para consultas em Washington, no linguajar diplomático, o retorno de embaixadores é um primeiro passo e um sinal muito importante de que as relações entre os países estão bastante tensas”, argumenta Loureiro.
Mas, o professor também percebe uma mudança na atitude de Biden, no encontro do G7, com as sete maiores economias do mundo ocidental, e também junto à OTAN, com os aliados norte-americanos da Organização para o Tratado do Atlântico Norte. O presidente dos EUA tem mostrado um tom mais moderado em relação a Putin.
“Ele [Biden] vem fazendo declarações mais moderadas, dizendo que Putin é um adversário de valor, que os Estados Unidos vão colocar as cartas na mesa sobre o que de fato a Rússia precisa mudar da sua atitude, então houve uma moderação do tom do presidente Biden recentemente, apesar de continuar batendo na tecla de que algumas atitudes da Rússia são inaceitáveis e precisam ser alteradas”, analisa o especialista em relações internacionais.
Loureiro comenta que a porta-voz da Casa Branca deixou claro que um dos objetivos principais deste encontro é garantir a previsibilidade das relações entre Estados Unidos e Rússia. “Ninguém imagina que os dois vão sair de lá melhores amigos, mas é fundamental que a relação entre dois países tão poderosos, especialmente no caso dos Estados Unidos e a Rússia que vem participando de temas que incomodam, interesses norte-americanos e que na visão de Washington, podem gerar instabilidade internacional. É muito importante que existam canais de comunicação, que existam regras e previsibilidade nessa relação bilateral, para que crises futuras acabem não escalando e gerando tensões em instabilidades no sistema internacional”.
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