Diante da pressão inflacionária, Banco Central repete a dose de aumento de 0,75 na Selic e sinaliza nível “neutro” para juros
por Juliana Causin em 17/06/21 16:06
Como indicado na última reunião, o Copom subiu nesta quarta-feira (16) a Selic, taxa básica de juros, em 0,75 ponto, de 3,5% para 4,25%. Essa é a terceira alta consecutiva dos juros desde o início do ciclo de ajustes, iniciado em março, e eleva a Selic para o maior patamar desde o início de fevereiro do ano passado.
Ao tomar a decisão, o Banco Central considerou a pressão inflacionária “maior que o esperado” e citou a piora no cenário hídrico, com aumento das tarifas de energia, que contribui para alta dos preços. Para a próxima reunião, que acontece em 45 dias, o Comitê de Política Monetária do BC indicou uma nova alta de ao menos 0,75 ponto. Com isso, os juros no país saltam para os 5%, patamar vigente em dezembro de 2019.
No comunicado, o BC afirma que “antevê a continuação do processo de normalização monetária com outro ajuste da mesma magnitude”. A nota alerta, no entanto, que uma deterioração das expectativas de inflação “pode exigir uma redução mais tempestiva dos estímulos monetários” – ou seja, uma alta ainda maior que a de 0,75.
O Boletim Focus, que agrega as projeções do mercado financeiro, espera que a inflação feche o ano acima do teto da meta do Banco Central, de 5,25%.
“O que o Banco Central faz nesse momento é tentar, por meio do aumento da taxa de juros, fazer com que a recente apreciação cambial continue. Por meio dessa apreciação cambial, o valor para que a gente possa comprar commodities em dólar se reduz, mesmo com o preço da commodity aumentando”, explica o economista Fábio Terra, professor da Universidade Federal do ABC.
Em resposta a pressão inflacionária, o BC também mudou a perspectiva de manter a Selic em grau “estimulativo” para a economia, ou seja, com juros mais baixos. O comitê afirma que julga “apropriada a normalização da taxa de juros para patamar considerado neutro”. No patamar “neutro”. os juros não estimulam, nem contém o avanço da atividade econômica. Com essa indicação, os analistas esperam a Selic encerre o ano aos 6,5%.
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