‘Desconheço’, diz André Mendonça sobre denúncia de irregularidades na Covaxin

O advogado-Geral da União, André Mendonça, declarou ao MyNews nesta quarta-feira (23) “desconhecer o assunto” da denúncia envolvendo irregularidades na compra da Covaxin. O deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) e seu irmão, Luis Ricardo Miranda, teriam levado ao presidente Jair Bolsonaro documentos comprobatórios de falhas na aquisição do imunizante, o mais caro comprado pelo governo até o momento. À época ministro da Justiça, Mendonça seria o responsável por encaminhar eventual queixa à Polícia Federal (PF).

Segundo relatou ao jornal O Globo, Ricardo Miranda esteve com o presidente Jair Bolsonaro no dia 20 de março, no Palácio da Alvorada. Acompanhado do irmão deputado, teria apresentado os pedidos de pagamento antecipado por três lotes da Covaxin próximos ao vencimento e em desacordo com o contrato assinado com o governo. Ele teria sido pressionado por militares do Ministério da Saúde a agilizar a aquisição. Ricardo disse ao jornal que o presidente Jair Bolsonaro teria ficado surpreso e se comprometido a encaminhar a denúncia à Polícia Federal.

A assessoria de imprensa da PF declarou que não irá se manifestar sobre o assunto. Fontes ouvidas na corporação pelo MyNews sob a condição de anonimato afirmam que é difícil confirmar porque, se houver o procedimento, é sigiloso. Se não houver, estariam desmentindo o presidente. Mas que, caso haja, o pedido teria de ter sido repassado por meio do então ministro da Justiça, André Mendonça. Não é praxe o presidente nem qualquer outra autoridade acionar diretamente o diretor-Geral da PF.

O então diretor-geral da Polícia Federal, Rolando de Souza, afirmou não se recordar se pediu investigação sobre o assunto. “Se me perguntar o que chegou e o que não chegou, eu não vou lembrar”, declarou ao Globo.

A CPI da Pandemia reagiu à denúncia. O presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM) vai questionar o atual diretor-Geral da PF, Paulo Maiurino, se o presidente solicitou a investigação. Os irmãos Luís e Ricardo Miranda serão ouvidos na próxima sexta-feira (25) pelos senadores.