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Presidente do Haiti é assassinado

Ataque ocorreu na residência presidencial. Segundo o premiê interino, a ação foi realizada por um grupo de indivíduos não identificados

por Vitor Hugo Gonçalves em 07/07/21 18:12

Jovenel Moise, de 53 anos, presidente do Haiti, foi morto na madrugada desta quarta-feira (7) em um ataque a tiros em sua residência, na capital Porto Príncipe. A primeira-dama, Martine Moise, 47, levou um tiro e teve de ser hospitalizada. O primeiro-ministro interino do país, Claude Joseph, confirmou o episódio pela manhã.

Presidente do Haiti, Jovenel Moise, ao lado da primeira-dama Martine Moise.
Presidente do Haiti, Jovenel Moise, ao lado da primeira-dama Martine Moise. Foto: Reprodução (Redes Sociais).

Em comunicado oficial, Joseph afirmou que o assassinato foi um “ato odioso, desumano e bárbaro”. “Um grupo de indivíduos não identificados, alguns dos quais falavam em espanhol, atacou a residência privada do presidente da República” por volta da 1h e “feriu mortalmente o chefe de Estado” – as línguas oficiais faladas no país são o francês e o crioulo haitiano.

O primeiro-ministro solicitou calma à população e disse que “a situação da segurança no país está sob o controle da Polícia Nacional haitiana e das Forças Armadas do Haiti”, além de que “todas as medidas estão sendo tomadas para garantir a continuidade do Estado e proteger a nação”.

Acredita-se que a motivação para o ato tenha sido por razões de divergências políticas, uma vez que Moise dissolveu o Parlamento e governava por decreto há mais de um ano, após o país não conseguir realizar eleições legislativas. Durante o mandato, o presidente procurou articular uma polêmica reforma constitucional, que dividia opiniões no Senado.

A oposição o acusava por tentativas de expansão de poder, sobretudo por intermédio de dois decretos: um que limitava a autoridade do tribunal responsável pela fiscalização de contratos governamentais e outro que autorizava a criação de uma agência de inteligência unilateral, que respondia apenas ao presidente.

Moise declarava que ficaria no cargo até 7 de fevereiro de 2022, data correspondente a uma interpretação da Constituição rejeitada pela oposição – para eles, o mandato do presidente havia terminado em 7 de fevereiro deste ano.

Em fevereiro, autoridades do país confirmaram ter impedido uma “tentativa de golpe” de Estado, no qual o presidente também seria alvo de um atentado malsucedido. Na ocasião, 20 pessoas foram presas, incluindo o juiz federal do Tribunal de Cassação e a inspetora-geral da Polícia Nacional.

Embate eleitoral

Moise foi eleito em outubro de 2015 para cumprir um mandato de cinco anos; no entanto, o pleito foi suspenso após a verificação de fraudes. Em nova disputa realizada em 2016, Moises foi novamente o mais votado, e tomou posse apenas em 2017.

O presidente foi eleito com 600 mil votos em um país com 11,3 milhões de habitantes. Pouco conhecido antes das eleições, ele conseguiu vencer com o apoio do ex-presidente Michel Martelly.

Novas eleições legislativas e municipais estavam agendadas para ocorrer neste ano, mas foram adiadas para 2022. Moise compreendeu, devido ao vácuo de poder, que deveria se manter no cargo por mais um ano, contrariando a oposição.

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