Em 12 meses, número de imóveis financiados saltou 329%, com cenário impulsionado pelos juros mais baixos.
por Juliana Causin em 30/07/21 20:43
Mesmo com a pandemia e a crise econômica, mais pessoas têm procurado financiamento de imóveis. Nos últimos 12 meses, 684 mil imóveis foram financiados – uma alta de 329,46% em relação ao período anterior. Os dados são da Abecip, a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Em junho, segundo a entidade, os financiamentos imobiliários com recursos das cadernetas de poupança somaram R$ 19,66 bilhões, o maior volume nominal mensal da série histórica, que teve início em 1994. O resultado representa um salto de 112,1% em relação a junho do ano passado.
O cenário mais atrativo para financiamento de imóveis vem com os juros mais baixos. Em 2020, a taxa básica de juros da economia, a Selic, foi ao menor nível da história: 2%. Mesmo com os juros subindo – a Selic hoje está em 4,25% – o momento continua mais atrativo para o crédito imobiliário do que no passado. Essa é a avaliação de Bruno Gama, CEO da CrediHome, plataforma de crédito imobiliário.
“Há cinco anos, uma família com renda de 5 mil reais não conseguia financiar um imóvel de R$ 200 mil, por exemplo. Hoje, essa mesma família, com essa mesma renda, tem acesso a financiamento”, afirma ele, em entrevista ao MyNews Investe.
Gama explica que o Brasil teve, no geral, o crescimento do crédito imobiliário a partir da linha de financiamento com juros prefixados, disponíveis nos principais bancos e instituições financeiras. “Ela ainda responde pela maior parte do financiamento no país. Como o próprio nome diz, ela é prefixada. Se você contratar um crédito para financiar seu imóvel em 30 anos, por exemplo, a mesma taxa de juros do momento da contratação se mantém”, explica ele.
Nos últimos anos, novas linhas de financiamento foram criadas. Em 2019, a Caixa Econômica Federal lançou uma nova linha indexada ao IPCA, a inflação oficial. “Hoje você tem até uma taxa de juros um pouco menor do que a linha prefixada dos principais bancos, mas você tem a indexação ao IPCA, ou seja, toma o risco da inflação no Brasil ter alguma alteração mais significativa”, diz o CEO.
A última e mais recente linha foi lançada pela Caixa no fim de 2020: o financiamento corrigido pela caderneta de poupança. “Você paga uma taxa de juros um pouco menor que a do prefixado mais a poupança. A poupança hoje está relacionada à taxa Selic, ela é 70% da taxa Selic. Isso significa que se a Selic sobe, a taxa da poupança também sobe”, completa.
Segundo Gama, apesar do risco de alta da Selic e alta da inflação, a duas opções mais recentes podem ser interessantes para aqueles com capacidade para quitar o imóvel em um prazo menor. “Se você tem como quitar um contrato em dois ou três anos, você até pode tomar um financiamento atrelado à inflação ou à poupança”, diz. Bruno alerta que, para quem pretende pagar o financiamento a longo prazo, é preciso ter atenção com os riscos atrelados às linhas IPCA e Selic.
Além dos juros e tipo de linha de financiamento, Bruno lembra também que é preciso prestar atenção ao Custo Efetivo Total do financiamento – o valor engloba as tarifas bancárias e o custo do seguro. Segundo ele, a melhor forma de comparar as condições de crédito imobiliário entre as instituições financeiras é fazer uma comparação do CET.
“É super importante o cliente entender que uma coisa é taxa de juros na propaganda do banco e outra coisa é o custo que ele vai pagar. Ele vai pagar um valor superior àquele da taxa porque além dos juros, o banco adiciona também tarifas e o seguro, que é o obrigatório de ser incorporado e tem valor diferente em cada banco”, diz ele.
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