Assim como Beatrix, Jennifer Teege é neta de um dos principais líderes nazistas. Ela não conhecia a própria história e busca entender o passado.
por Hermínio Bernardo em 07/08/21 12:01
O encontro entre o presidente Jair Bolsonaro e a deputada alemã neonazista Beatrix von Storch ocorreu há duas semanas, mas continua repercutindo. Storch é neta de um dos ministros do regime nazista de Adolf Hitler. A reunião aconteceu às escondidas, fora da agenda do presidente, e só veio à tona após a alemã publicar uma foto nas redes sociais dias depois.
Na última semana, o presidente da CPI, senador Omar Aziz, retomou os trabalhos da comissão com uma dura crítica à postura de Bolsonaro.
“Agora, faz diferença sim a nossa atuação aqui para que mais de 555.000 vidas que já se perderam não fiquem impunes. Diferente, às escondidas o presidente recebe uma deputada nazista, afrontando a Constituição brasileira, afrontando a nossa democracia, afrontando o Holocausto, afrontando o Exército brasileiro, que lutou contra o nazismo. Nós temos que respeitar o povo judeu. Quando é para pedir ajuda, liga para o 1º ministro de Israel, mas, às escondidas, se reúne com uma deputada nazista. Não podemos permitir isso. Nazismo não!”, declarou Aziz.
Aziz ainda lembrou que a presença de bandeiras de Israel é frequente em atos de apoio ao presidente Bolsonaro.
Nas redes sociais, Beatrix von Storch disse que esteve no Brasil “para conquistar aliados para o AfD”. AfD é a legenda do partido de Storch, que é investigada por crimes de ódio na Alemanha. Ela já deu diversas declarações xenofóbicas e preconceituosas, defendeu que a polícia alemã abrisse fogo contra imigrantes e é uma das maiores opositoras do casamento homoafetivo.
Beatrix é neta do ministro das Finanças de Adolf Hitler, Lutz Graf Schwerin von Krosigk, um dos principais responsáveis pela perseguição aos judeus para roubar pertences e lavar ilegalmente o dinheiro.
Assim como Beatrix, Jennifer Teege é neta de um dos principais líderes nazistas. No livro “Amon, meu avô teria me executado”, ela conta como descobriu que era neta de Amon Göth, comandante do campo de concentração de Plaszow, na Polônia, conhecido pela extrema violência. Amon foi retratado no livro e no filme “A lista de Schindler”.
Mulher e negra, Jennifer Teege não conhecia a própria história e busca entender o passado. Algo essencial para a nossa sociedade.
“Estou na Biblioteca Central de Hamburgo, e tenho nas mãos um livro de capa vermelha que acabo de puxar da prateleira. Procuro o subtítulo: “A história da vida de Monika Göth, filha do comandante do campo de concentração do filme A lista de Schindler.” Monika Göth! Conheço esse nome. É o nome da minha mãe, que no passado me deixara em um orfanato e que não vejo há muitos anos.”
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