O cantor e o deputado são alvos de inquérito aberto pela PGR e autorizado pelo STF, que apura eventual crime contra o Estado de Direito e suas Instituições
por Sara Goldschmidt em 20/08/21 11:23
A Polícia Federal foi às ruas nesta sexta-feira (20) para cumprir mandados de busca e apreensão em endereços do cantor Sérgio Reis e do deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ). A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e está no inquérito aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), depois da divulgação de um áudio do cantor incitando a violência contra instituições democráticas e defendendo a paralisação dos caminhoneiros para pressionar o Senado a afastar ministros do Supremo.
“O Brasil inteiro vai estar parado. Ninguém trafega, ninguém sai. Ônibus volta para trás com passageiros. Só vai passar Polícia Federal, ambulância, bombeiro e cargas perecíveis. Fora isso, ninguém anda no Brasil”, ameaçou Sérgio Reis em um trecho do áudio. E continuou: “Não é um pedido, é uma ordem. É assim que eu vou falar com o presidente do Senado”, disse. Acrescentou ainda: “Se em 30 dias eles não tirarem aqueles caras [ministros do STF], nós vamos invadir, quebrar tudo, e tirar os caras na marra”.
Segundo a Polícia Federal, o objetivo das medidas é apurar o “eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, bem como contra os membros dos Poderes”.
Ao todo, são 29 mandados expedidos por Alexandre de Moraes, que estão sendo cumpridos no Distrito Federal (1), além dos estados de Santa Catarina (6), São Paulo (2), Rio de Janeiro (1), Mato Grosso (1), Ceará (1) e Paraná (1).
A Globonews informou que ao menos quatro endereços relacionados ao cantor Sérgio Reis estão sendo alvos das buscas. O gabinete do deputado Otoni de Paula, em Brasília, e a sua residência, no Rio de Janeiro, também.
O deputado bolsonarista Otoni de Paula (PSC-RJ) já temia ser preso desde semana passada – a informação é do jornalista Lauro Jardim, do jornal ‘O Globo’. Logo após a prisão de Roberto Jefferson, presidente do PTB, na sexta-feira passada (13), Otoni consultou um advogado e revelou o sentimento de que ele seria o próximo, solicitando assim assessoria jurídica.
O parlamentar chegou a ser denunciado em 2020 por ataques e ofensas ao ministro Alexandre de Moraes. Ele publicou vídeos em suas redes sociais em que chamava o ministro de esgoto do STF, canalha e tirano. Na época, Otoni era um dos vice-líderes do governo Bolsonaro. Ele já deixou o cargo.
O cantor Eduardo Araújo, o presidente da Aprosoja (Associação Brasileira dos Produtores de Soja), Antonio Galvan, e o caminhoneiro Marcos Gomes, conhecido como Zé Trovão, também estão entre os alvos da investigação aberta pela PGR e são alvos de busca.
Comentários ( 0 )
ComentarMyNews é um canal de jornalismo independente. Nossa missão é levar informação bem apurada, análise de qualidade e diversidade de opiniões para você tomar a melhor decisão.
Copyright © 2022 – Canal MyNews – Todos os direitos reservados. Desenvolvido por Ideia74
Entre no grupo e fique por dentro das noticias!
Grupo do WhatsApp
Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo.
ACEITAR