Arnaldo Curvello, sócio-diretor da Galápagos fala sobre os melhores investimentos em tempos de aumento de preços de bens e serviços
por Luciana Tortorello em 14/09/21 19:06
Na manhã desta quarta-feira (14), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto afirmou que não vai mudar o plano monetário a cada alta da inflação, mas deu ênfase que a taxa básica de juros será levada até onde precisar para alcançar a meta da inflação, nas palavras dele: “Vamos levar a Selic aonde precisar, mas não vamos reagir sempre a dados de alta frequência”.
No acumulado de 12 meses, a inflação chegou a 9,68% e, de janeiro a julho, é de 8,99%. Em entrevista ao MyNews Investe, o sócio-diretor da Galápagos, Arnaldo Curvello, comentou que dessa vez Campos foi mais suave que em sua manifestação anterior, quando disse que fariam qualquer coisa para trazer a inflação para o centro da meta.
Com inflação chegando a dois dígitos, uma forma de proteger os investimentos é colocar os recursos em investimentos atrelados à inflação ou ao Tesouro Direto. “Em função do cenário de inflação, ainda gosto dos títulos de renda fixa que estão atrelados à inflação ou ao tesouro, onde se você pegar um título de 5 anos do Tesouro, ele tem uma inflação mais 4,5%, que é bastante interessante”.
Curvello acrescenta que no Tesouro Direto existem alternativas de títulos isentos de Imposto de Renda e que essa condição faz diferença quando a inflação está alta. “A inflação dos últimos 12 meses foi próxima de 9,7%, ou seja, quase 10%. No título que paga 20% de Imposto de Renda, pagou 2% só de imposto sobre inflação; num título isento você ganha 2% a mais, além de todo o excedente da inflação, isento de imposto. CRIS, CRAS e as debêntures incentivadas ganham ainda mais competitividade no ambiente de inflação alta”.
Mesmo assim, ainda há pessoas que têm medo de investir em títulos do governo em tempos de incertezas, pensando na possibilidade de o governo dar o calote na hora de pagar o que o investimento prometia e medo até mesmo de resgatar um valor menor do que colocou no início do investimento. Curvello argumenta que o governo tem uma coisa que ninguém mais tem: a possibilidade de imprimir mais dinheiro.
“Imaginar que o governo não vai deixar de honrar a dívida pública é quase impossível de acontecer e se você tiver um título de inflação, o que vai acontecer é a inflação voltar a subir. A gente sabe que se tiver um descontrole muito grande das contas públicas, a inflação vai subir e pode subir bastante. Não acho que é o cenário que a gente está vivendo agora, só que um título atrelado à inflação sempre vai te proteger, não haverá risco de calote, na minha opinião, é pouquíssimo provável, para não dizer zero”.
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