Rio de Janeiro confirma primeiro caso da variante Mu do coronavírus e divulga novo decreto de restrições

Durante uma coletiva de imprensa em que o município divulgou o 37° Boletim Epidemiológico do Rio, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, afirmou que a cidade registrou recentemente o primeiro caso da variante Mu do coronavírus.

Segundo o secretário, não se trata de um caso de transmissão local e sim de uma pessoa que teria chegado do México já infectada. Ele afirmou ainda que a variante delta continua sendo a predominante e não há transmissão comunitária.

“A Mu é uma variante que a gente diagnosticou há um tempo atrás aqui na cidade do Rio. Foi de um paciente que viajou ao México. Não é um caso de transmissão local, mas ela existiu. Foi diagnosticada e não temos as características de transmissão local, mas a gente sabe também que a variante delta domina o mapa das variantes mesmo em relação a essa”, declarou Soranz.

O prefeito Eduardo Paes ironizou. “Se me permitem o comentário, a Mu é do gado e não vai prevalecer aqui”. Com duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro, Paes se referiu a um pronunciamento feito pelo presidente durante uma live transmitida na quinta-feira (16), em que Bolsonaro comparou Paes a um “ditador” ao criticar a obrigatoriedade de vacina da Covid para todos os servidores do Município do Rio de Janeiro.

Novo decreto com restrições contra o coronavírus no Rio de Janeiro 

Ainda na sexta-feira (17), a Prefeitura do Rio divulgou um novo decreto com medidas de restrição para combater o coronavírus e flexibilizou alguns pontos. O decreto começa a valer na próxima terça-feira (21). Duas novas medidas flexibilizam as restrições contra o coronavírus: a liberação de eventos ao ar livre para até 500 pessoas e a presença de público em estádios e ginásios, desde que respeitados o limite de 50% de lotação máxima do local e a exigência de esquema vacinal completo para todos os presentes. 

Esta é a primeira fase do novo plano de reabertura da cidade, conforme o cronograma elaborado pelo Comitê Científico de Enfrentamento à Covid-19, que auxilia o município na tomada de decisões relacionadas à pandemia. 

O decreto condiciona a reabertura de boates e casas noturnas à cobertura vacinal completa -com duas doses ou a dose única da Janssen-, de 65% da população adulta da cidade. O índice atual é de 60,8%. Estes locais poderão receber até metade da sua capacidade total de público e terão que exigir o passaporte da vacina de todos os frequentadores.

No entanto, o prefeito Eduardo Paes afirmou que as medidas de afrouxamento das regras podem ser suspensas dependendo dos resultados de transmissibilidade e de vacinação. “Se voltar a piorar, muda tudo novamente”, afirmou. 

O decreto cita a redução do distanciamento físico mínimo obrigatório para um metro em determinados locais. A partir de agora, atividades comerciais e de prestação de serviços em shoppings e centros comerciais, assim como museus, bibliotecas, cinemas, teatros e outros, não têm mais limite de lotação em locais abertos. Em ambientes fechados, a lotação foi ampliada de 60% para 70% da capacidade. O distanciamento entre as pessoas continua sendo de no mínimo um metro.

Em bares, lanchonetes, restaurantes e semelhantes, passa a ser permitido o atendimento de clientes em pé em área externa. E o distanciamento mínimo entre as mesas diminuiu de 1,5 metro para 1 metro. 

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) classificou 30, dentre as 33 regiões administrativas da cidade do Rio, como de risco moderado de contágio pelo coronavírus. No levantamento anterior eram seis regiões nesse nível, que é o mais baixo numa escala de três. Centro, Copacabana e Tijuca estão em alto risco, e nenhuma região autônoma ficou na zona de risco muito alto.

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