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ALERTA

Depois de aumento de preços, brasileiro pode enfrentar desabastecimento de combustíveis

Entidade que representa as distribuidoras regionais de combustíveis diz que Petrobras tem feito cortes unilaterais na entrega de produtos pedidos para novembro

por Tatiana Nascimento em 18/10/21 10:31

Tom Jobim sempre esteve certo. “O Brasil não é para principiantes.” Os brasileiros, que já convivem com o litro da gasolina beirando os R$ 7 e o botijão de gás de cozinha bem acima dos R$ 100, agora podem ter que encarar um desabastecimento de combustíveis. O alerta foi disparado pela Associação das Distribuidoras de Combustíveis (Brasilcom), entidade que representa as distribuidoras regionais no país.

A Brasilcom divulgou um comunicado afirmando que a Petrobras tem feito cortes unilaterais na entrega de produtos pedidos para novembro. Os avisos dos cortes às distribuidoras teriam começado no último dia 11 e as restrições valeriam para a gasolina e o óleo diesel. Em alguns casos, as reduções nas entregas chegam a mais de 50% do volume solicitado pela distribuidora para a compra.

Com elevação de 11,18%, gasolina foi o item que mais pressionou a inflação em março.
Empresas distribuidoras dizem que Petrobras não está dando conta da demanda e tem feito cortes na entrega de produtos para o mês de novembro/Foto: Pedro França (Agência Senado).

As empresas dizem que a Petrobras não está dando conta de atender a demanda. A solução seria importar. Seria. De acordo com a Brasilcom, existe uma “impossibilidade de compensar essas reduções de fornecimento por meio de contratos de importação”. E a justificativa é simples. Os preços praticados pela estatal – altíssimos para os brasileiros – ainda estão defasados na comparação com o mercado internacional.

Um levantamento realizado pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) aponta que essa defasagem entre os preços nas refinarias da Petrobras e o que se cobra lá fora chega a 13% para a gasolina e a 17% para o óleo diesel. Em reais, a diferença seria de R$ 0,42 para o litro da gasolina e de R$ 0,60 para o litro do óleo diesel. Desta forma, os importadores simplesmente não trazem os produtos do exterior para não terem prejuízo.

A Abicom também passou a alertar para a possibilidade real de desabastecimento. Já a Brasilcom diz que a Agência Nacional de Petróleo (ANP) foi comunicada do potencial problema. Para tentar contornar o problema, a Petrobras pode ter que partir para novos aumentos nos preços dos combustíveis no Brasil, na tentativa de igualar os valores aos praticados no exterior.

“A petroleira se vê cada vez mais pressionada para que abra a janela de importação através de aumento do preço (dos combustíveis)”, destaca o Panorama Pronto, boletim da Pronto Combustíveis, consultoria que monitora índices nacionais e internacionais, assim como o mercado de combustíveis para postos bandeira branca.

Gasolina já subiu 36% este ano e o diesel aumentou 37%

De uma forma ou de outra, com desabastecimento ou reajuste de preços, a conta deve acabar sendo paga pelos consumidores. Não custa lembrar que, somente em 2021, de acordo com dados da ANP, a gasolina já subiu 36%. O óleo diesel, por sua vez, aumentou 37% desde 1º de janeiro.

Petrobras nega problemas com a distribuição de combustíveis

Em nota, a Petrobras nega qualquer anormalidade na distribuição. “A Petrobras esclarece que as suas refinarias estão operando normalmente e segue atendendo integralmente os contratos com as distribuidoras, de acordo com os termos e prazos vigentes”, diz o comunicado da petrolífera.

A estatal enfrentou uma semana tumultuada. Na quarta (13), a Câmara dos Deputados aprovou o texto principal do projeto que fixa o ICMS incidente sobre os combustíveis. Teve também o ministro Paulo Guedes falando nos Estados Unidos que poderia vender ações da petrolífera e usar o ganho para custear programas sociais. E, na manhã desta quinta (14), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que “tem vontade de privatizar a Petrobras”.

Veja a íntegra do MyNews Investe, no Canal MyNews. De segunda a sexta, em três edições diárias, com apresentação da jornalista Thais Skodowski

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