Não é fácil imigrar para a Alemanha como é para Portugal, mas há opções; como mostra a advogada Gloria Bezerra de Menezes, que tem escritório na região de Hamburgo
por Tatiana Nascimento em 15/10/21 22:06
A primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, está prestes a deixar o cargo que ocupa há 16 anos e se aposentar. Para quem sonha em fazer companhia à chanceler e aproveitar a aposentadoria na terra de Ludwig van Beethoven, Johann Wolfgang von Goethe e Marlene Dietrich, a Alemanha realmente tem muito a oferecer. Atualmente, há cerca de 100 mil brasileiros vivendo por lá. Mas é preciso seguir alguns caminhos até poder aproveitar a qualidade de vida e a segurança do país e morar na Alemanha.
O MyNews Investe conversou com Gloria Bezerra de Menezes, advogada e CEO da O-Ziel Consulting, que tem sede na cidade alemã de Schwarzenbek, distante 40 quilômetros de Hamburgo. Gloria já foi logo lembrando que, diferentemente de outros países europeus, como Portugal, Espanha, França e Itália, que facilitam a permanência de aposentados, na Alemanha não existe um visto específico para quem pendurou as chuteiras.
Quem tem nacionalidade europeia não encontrará nenhuma dificuldade burocrática pelo caminho, já que todo europeu pode viver na Alemanha sem a necessidade de visto específico. Já o brasileiro que deseja viver na Alemanha e é aposentado tem duas opções, segundo Gloria. A primeira é o visto de reunião familiar, o Familienzusammenführung.
Neste caso, é preciso que o parente (filho, neto) more na Alemanha e tenha permissão de estadia ou de estabelecimento (ou a nacionalidade alemã). “Este visto deve ser solicitado no Brasil e é preciso provar que o aposentado que vive no Brasil não tenha outra pessoa para cuidar dele aí”, explicou a advogada.
A outra possibilidade é buscar um visto de empreendedor. De acordo com Gloria Bezerra de Menezes, o interessado em empreender (e obter o visto) deve solicitar o documento no consulado alemão. Também é preciso ter dinheiro para investir no empreendimento, claro. Esse aporte inicial equivale a 12.500 euros (quase R$ 80 mil). “E não se pode esquecer que a pessoa precisa fazer os registros nos órgãos públicos da Alemanha.”
Seja na reunião familiar ou no empreendedorismo, é preciso provar também que a pessoa pode se manter financeiramente na Alemanha. Mas os valores mudam de acordo com a região escolhida para morar. Berlim e Munique, por exemplo, são cidades caras. Leipzig, Dresden, Bonn ou Bremen já são mais em conta.
“Os preços de aluguel variam bastante de um lugar para outro”, reforçou a advogada. Ela chamou atenção também para a necessidade do seguro de saúde, que é obrigatório, seja para os cidadãos ou para quem vai ficar um período curto no país. “Às vezes, essa questão do seguro de saúde é o que mais pesa. É algo a ser analisado.”
Já quem começou a trabalhar no Brasil e depois foi trabalhar na Alemanha pode usar o tempo de trabalho nos dois países para contar o tempo de aposentadoria. O Acordo Previdenciário entre Alemanha e Brasil está em vigor desde 2013. “O mesmo vale para quem trabalha na Alemanha e decide voltar para o Brasil. O tempo também será contabilizado no Brasil”, lembrou Gloria Bezerra de Menezes.
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