Brasil

MORTA COM TIRO DE FUZIL

Ministério Público pede a prisão de 4 PMs envolvidos na morte de Kathlen Romeu

A jovem de 24 anos estava grávida e foi atingida durante operação militar no Complexo de Lins, na zona norte do Rio de Janeiro. Denúncia foi feita pelo Ministério Público nesta segunda feira (13)

por Sara Goldschmidt em 14/12/21 16:43

A Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro (RJ) concluiu que o tiro que matou a jovem de 24 anos Kathlen Oliveira Romeu, em junho deste ano, partiu de um fuzil de um policial militar. Ela estava grávida e foi atingida por um disparo durante uma operação policial no Complexo do Lins, na zona norte do Rio. Nesta segunda-feira (13), o Ministério Público do RJ denunciou cinco policiais militares por suspeita de terem alterado a cena no local onde a jovem foi baleada, e pediu a prisão de quatro dos envolvidos.

A informação sobre a origem do tiro está no laudo da reprodução simulada do caso e a previsão é de que o inquérito seja concluído no início do ano que vem. Não se sabe, no entanto, da arma de qual policial militar veio o disparo. O autor ainda não foi identificado.

A denúncia contra os policiais foi apresentada pela Promotoria de Justiça junto à Auditoria da Justiça Militar, e pede a prisão dos cabos da PM Cláudio da Silva Scanfela, Marcos da Silva Salviano e Rodrigo Correia de Frias, além do 3º Sargento Rafael Chaves de Oliveira. Os quatro foram denunciados por duas fraudes processuais e por dois crimes de falso testemunho.

Já o Capitão Jeanderson Corrêa Sodré foi denunciado por fraude processual na forma omissiva.

De acordo com a denúncia, os PMs Frias, Oliveira, Scanfela e Salviano retiraram o material que estava no local antes da chegada da perícia, e ainda acrescentaram 12 cartuchos calibre 9 milímetros deflagrados e um carregador de fuzil 556, com 10 munições intactas.

A promotoria também aponta que Jeanderson Corrêa Sodré, superior dos PMs que estava no local e presenciou o ocorrido, se omitiu da função que, por lei, deveria cumprir, que seria fazer a “vigilância sobre as ações de seus comandados”.

Na semana passada, a TV Globo mostrou um vídeo gravado logo após a morte de Kathlen, e segundo análise pericial, houve uma movimentação anormal dos policiais militares em torno da cena do crime. “Eles estavam mais preocupados em recolher objetos espalhados no chão do que em prestar socorro à vítima”, avaliou o perito e professor da Universidade do Estado do RJ, Nelson Massini.

Kathlen Romeu foi assassinada a tiros de fuzil no dia 8 de junho de 2021, em uma ação policial no Complexo do Lins, no Rio de Janeiro. Ela estava grávida de quatro meses e estava indo visitar a sua avó. Também tinha acabado de se formar em design de interiores.

Os 12 policiais que estavam no local no dia da morte da jovem foram afastados dos trabalhos na rua. Com eles, foram apreendidos 12 fuzis e nove pistolas. Eles alegaram que foram atacados por bandidos e houve troca de tiros. A versão foi contestada pelos moradores.

A bala que atingiu Kathlen não ficou alojada no corpo da jovem e por isso não foi possível fazer o confronto balístico para determinar de que arma partiu o tiro. Kathlen morreu por hemorragia interna, provocada pelos ferimentos causados pelo tiro de fuzil.

O caso ficou marcado como mais uma ação supostamente racista da Polícia Militar do Rio de Janeiro, causando bastante comoção em todo o país, além de protestos organizados pelos parentes e amigos da modelo e designer, que cobravam justiça e celeridade no caso, que se uniu a outros tantos semelhantes, relembrando os casos de João Pedro e Ágatha, duas crianças que também perderam suas vidas em confrontos policiais.

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