Cantora bloqueou o presidente Jair Bolsonaro após notar uso de sua imagem para engajamento online.
por bruno cavalcanti em 19/04/22 10:50
Anitta. Foto: Reprodução (Instagram)
As campanhas digitais de Ciro Gomes (PDT) e Lula (PT) têm tentado aproveitar do block de Anitta no perfil oficial do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Twitter para capitanear o apoio da cantora nas redes sociais.
No domingo (17) quando anunciou que havia bloqueado o candidato à reeleição, Anitta recebeu elogios de Ciro Gomes e da presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, e uma série de tweets viralizaram com a cobrança de que a artista não apenas inviabilizasse Bolsonaro em suas redes, mas para que se posicionasse a favor de algum candidato. Os nomes de Lula e Ciro Gomes têm sido os mais citados por seguidores da artista.
Oi @Anitta. Não sei se vai ler, mas, veja bem: pra derrotar Bolsonaro, não basta fazer campanha contra. É preciso apoiar publicamente o único candidato que pode derrota-lo. É preciso lembrar aos seus fãs de mais idade e contar aos mais jovens como o Brasil era feliz com Lula.
— Ana Vilarino (@anavilarinol) April 17, 2022
Ainda que não tenha havido uma abordagem direta da campanha de nenhum candidato, tanto os perfis de Ciro Gomes como o de apoiadores do ex-presidente Lula não têm poupado elogios à artista, que fez sucesso ao aparecer de verde e amarelo para sua apresentação no festival Coachella.
A decisão da cantora de não falar sobre o presidente para evitar o engajamento bolsonarista é vista como eficaz por especialistas em mídias sociais. Para Nathália Mendes Ribeiro, sócia da Agência Vírgula, Anitta percebeu que o perfil do presidente se beneficia de qualquer citação ao seu nome, seja boa ou ruim. “Hoje, quanto mais presença, constância e frequência digital o seu perfil consegue alcançar, maior o número de pessoas que falarão e mencionarão. É aquele ditado ‘falem bem, falem mal, mas falem de mim’”, explicou.
“O governo Bolsonaro foi vitorioso em 2018 justamente por se conectar com eleitores através das redes, criando uma proximidade com o usuário, fazendo com que surgissem identificações com aqueles que concordam ou não”, conceituou a jornalista, MBA em Marketing Digital.
Já o fundador da Dagaz Influencer, Raphael Dagaz, acredita em uma abordagem ainda mais rígida. “Na internet, e na era das redes sociais, qualquer bordão ou termo usado por pessoas de influência e importância no cenário político ou não, vai ser compreendido pela comunidade, e vai ser usado pelos opositores de qualquer forma. Citar os candidatos como inomináveis, ou dando qualquer apelido, não vai mudar isso. Mas posiciona o porta voz da mensagem quanto à sua opinião sobre aquilo. Acredito que o silêncio possa ser mais eficaz do que apelidos ou bordões”.
A dupla, contudo, concorda que a discussão já está estabelecida no campo digital, e dificilmente vai deixar de pautar as redes sociais. “Não existe mais o que é digital ou não digital. A vida de boa parte das pessoas é atravessada por conversas e diálogos que acontecem em todos os palcos, estejam as pessoas na internet ou não. Mas de alguma forma, ou criamos ou consumimos conteúdos online o tempo todo. A discussão política não apenas está, como deve estar onde as pessoas tenham mais oportunidade de questionar seus candidatos, dialogar em comunidade, e tomar decisões importantes à partir disso”, disse Dagaz.
“Cerca de 81% da população consome o digital, sendo assim, é inevitável não ter uma abordagem política no mundo virtual”, finalizou Ribeiro.
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