À primeira vista pode parecer um índice um tanto simplificado, mas ele na verdade pode mostrar muitas situações relevantes que precisam ser levadas em conta pelos governantes ao implantarem políticas públicas.
por Cândido Prunes em 16/06/22 13:25
A imprensa e os economistas em geral utilizam em suas análises comparativas entre países diversos índices. Um dos mais comumente utilizados é o “Índice de Desenvolvimento Humano”, divulgado pela ONU. Mas há o índice de Gini, criado por um matemático italiano e que mede a desigualdade de distribuição de renda, divulgado pelo Banco Mundial. Também vale mencionar os índices de liberdade econômica apresentados pelos Fraser Institute, do Canadá, e a Heritage Foundation, dos Estados Unidos.
Mas há um outro índice menos conhecido e que pode ser uma boa ferramenta auxiliar para a compreensão dos problemas econômicos e o que precisa ser feito para melhorar o bem estar das populações: é o “Índice de Miséria”, criado nos anos 70 pelo economista Arthur Okun e depois aperfeiçoado por outros profissionais da área. Inicialmente o índice de miséria era calculado apenas para os Estados Unidos e representava na verdade uma composição de dois outros índices: de inflação e de desemprego. Mais tarde agregou-se o índice de crescimento do PIB per capita. À primeira vista pode parecer um índice um tanto simplificado, mas ele na verdade pode mostrar muitas situações relevantes que precisam ser levadas em conta pelos governantes ao implantarem políticas públicas.
Os piores países no Índice de Miséria de 2022 são os seguintes (quanto menor o índice, melhor a situação do país):
1. Venezuela – 3.827
2. Zimbabwe – 547
3. Sudão – 193
4. Líbano – 177
5. Suriname – 145
6. Líbia – 105
7. Argentina – 95
8. Irã – 92
9. Angola – 60,6
10. Madagascar – 60,4
11. Brasil – 53
Além de indicar que os países da lista acima estão em crise econômica, com perda brutal do poder de compra de suas moedas e de empregos, existe uma correlação importante apresentada por este índice: trata-se da criminalidade. Os países em que o “Índice de Miséria” é elevado, são países onde as taxas de homicídio e de criminalidade também se exacerbam. Ninguém duvida que Venezuela e Sudão sejam dois países não recomendáveis para turismo…
Para os países da lista acima, incluindo o Brasil, as recomendações para sair da espiral de miséria são óbvias: (1) reduzir a taxa de inflação mediante o equilíbrio orçamentário, de forma que o governo não tenha déficit e não precise, portanto, financiá-lo r mediante emissão de moeda ou aumento da dívida; e (2) criar um ambiente de negócios favorável aos investimentos, compreendendo um sistema tributário simples e pouco oneroso para os contribuintes, um sistema previdenciário robusto baseado em fundos de pensão e um mercado de trabalho aberto, com regras simples, que sejam fáceis de serem compreendidas e cumpridas tanto por empregados quanto empregadores.
Se o Brasil continuar a perseguir políticas públicas como vem fazendo há pelo menos 50 anos, o país continuará em decadência e na companhia de Angola, Irã, Argentina, etc.
Quem desejar ter uma ideia sobre quais são os piores países para se viver segundo alguns índices, inclusive o da Miséria, pode consultar aqui.
*Cândido Prunes é advogado, pós graduado em Direito Econômico pela Universidade de São Paulo e no programa executivo de Darden – Universidade de Viriginia, é autor de “Hayek no Brasil”.
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