Governo precisa fazer a lição de casa quanto à vacinação para a economia voltar, diz professor

Assim como boa parte da população aguarda pela vacina contra a Covid-19, a economia também espera por ela para adotar um ritmo mais adequado. Assim Ricardo Rocha, professor de finanças do Insper, avalia a expectativa no Brasil pelo início da imunização.

“Assim como as pessoas estão otimistas com a possibilidade de se imunizarem, a economia depende disso. As empresas estão ansiosas para que os profissionais e colaboradores possam retornar ao ritmo de trabalho mais adequado, assim como os investidores”, disse Rocha ao Morning Call desta segunda-feira (14).

O professor comentou a briga política em torno da vacina, opondo o governo federal e os Estados, ao mesmo tempo em que paira a incerteza em relação ao início da imunização no Brasil. Embora o Ministério da Saúde tenha entregue ao Supremo Tribunal Federal um plano nacional de vacinação, ele não conta com nenhuma data de início prevista. Essa omissão levou o ministro Ricardo Lewandovski a estipular, no domingo (13), um prazo de 48 horas para que a pasta defina datas de início e fim da imunização.

“À medida em que a economia retoma seu nível de atividade, com segurança sanitária maior por conta da vacinação, as coisas vão voltar ao normal. Importante que o governo faça sua lição de casa”.

Vacinação nos EUA

Como exemplo da necessidade de vacinar rapidamente a população, Rocha citou o que está em curso nos Estados Unidos. Por lá, o Congresso negocia mais um plano de incentivo à economia, desta vez na ordem de US$ 908 bilhões, para estimular a economia, ao mesmo tempo que prepara o início de seu programa de imunização ainda nesta semana.

O professor do Insper opina que o processo em curso nos Estados Unidos pode servir de modelo para outros países, como o Brasil, da importância de realizar a “lição de casa” e fomentar um ambiente econômico mais saudável para superar a crise gerada pela pandemia.

“Os EUA têm essa característica. Eles retomam um nível de atividade e puxam não só as Bolsas, mas também a economia global. Isso até para demonstrar para outros países, incluindo o Brasil, que é preciso vacinar rapidamente a população”, completa.