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BRASIL

PF reabre o caminho para resgate de Marielle

Novas provas, delação premiada e buscas e apreensões devolvem esperança de solução para o crime

Em 24/07/23 17:50
por Política com Bosco

João Bosco Rabello traz uma bagagem acumulada em mais de 45 anos de profissão, em grandes veículos nacionais como O Globo e O Estado de S.Paulo. Sua coluna, agora no MyNews, traz insights valiosos e análises aprofundadas do cenário político direto de Brasília para os leitores.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A reabertura das investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Torres pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, indica que a federalização do caso é uma providência tardia e sempre boicotada pelo Ministério público do Rio de Janeiro.

Por mais que o ministro tenha preservado o ministério público e a polícia civil carioca, o fato concreto é que a Polícia Federal em poucos meses produziu fatos novos a partir da revisão das investigações, novas provas e uma delação premiada.

É possível afirmar, sem risco de exagero, que em poucos meses a federalização avançou mais no caso Marielle do que cinco anos de investigações estaduais. É de se perguntar agora se o foco da resistência ao ingresso da Polícia Federal no caso não esteve sempre contaminado por interesses contrários a um desfecho do crime.

Desde a primeira reunião das forças de segurança no Rio, na semana seguinte ao crime, a então Procuradora Geral da República, Raquel Doge, propôs a federalização, com apoio do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. Foram vencidos não só na ocasião, mas tempos depois quando nela insistiram e o Conselho Nacional do Ministério Público formalizou a recusa.

É preciso lembrar também que a intervenção federal no Rio, sob comando do general Braga Neto, que se deu essencialmente na segurança pública, pouco ou nada acrescentou às investigações. Mais que isso, parou de dar qualquer informação sobre as investigações, que caíram nos anos seguintes em um imenso vazio.

O governo Bolsonaro foi a pá de cal em qualquer empenho que ainda restara para desvendar o crime. A gestão de Sérgio Moro na Justiça e Segurança Pública esteve mais preocupada em consolidar a Lava Jato como braço político no Congresso do que em qualquer política de segurança efetiva. Esbarrou não só no próprio Legislativo, mas em Bolsonaro.

Moro não desenvolveu o Susp (Sistema Único de Segurança Pública) que Jungmann deixou consolidado e com um caixa de R$ 4 bilhões que Flávio Dino disse ter encontrado parados ao assumir a pasta.

Os desdobramentos dessa nova etapa, a partir da delação de Élcio Queiroz, se darão com as buscas e apreensões executadas ao mesmo tempo da prisão do ex-bombeiro Maxwell Simões – o Suel -, que já aparecera no início das investigações, quando foi preso por obstrução da justiça e solto sem maiores explicações.

Suel apagou os rastros da operação, inclusive o carro de sua propriedade utilizado no assassinato da vereadora e de Anderson Gomes. Porque ganhou a liberdade é uma ponta solta dessa novela.

O ministro Flávio Dino contou o que é possível nesse estágio das novas investigações. Mas deixou claro que o desfecho cobrado no Brasil e no exterior pela solução completa do caso está “muito próximo”.

Se ocorrer deverá contribuir muito também para clarear erros, omissões e boicotes que vestiram o brutal assassinato com um véu de mistério.

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