Lideranças competentes e admiradas demandam algo além da estratégia, capacidade de adaptação e de gestão
por Luiz Gustavo Mariano em 21/12/20 15:35
O começo de um ano é uma época que carrega forte conteúdo simbólico. No âmbito pessoal, é a esperança de uma vida nova. Para empresas e organizações, é um momento para delinear estratégias, corrigir erros, traçar metas para o novo ciclo que se inicia. Nesse sentido, é uma etapa em que muitas companhias se debruçam em uma tarefa complexa e de vital importância: a escola de um líder.
Passamos muito tempo pensando e discutindo qual é o perfil do líder. Lembramos como eram os líderes no passado; analisamos como se comportam os líderes de hoje; e tentamos projetar como serão os líderes do futuro.
Pela minha experiência, percebo que as discussões, na maioria das vezes, são centradas nas capacidades técnicas do profissional: alguém que seja craque em estratégia; ou mais voltado para a gestão de negócios; ou alguém que conheça metodologias diferentes e ágeis; que entenda de tecnologia; de economia moderna; alguém que se adapta rapidamente a novas situações. São, sim, características e virtudes importantes em um executivo que pretende se tornar um líder em uma empresa. Mas falta algo.
Precisamos prestar atenção (e isso é algo que, tenho notado, muitas vezes passa batido nessas discussões) em uma característica que está em praticamente todos os líderes competentes e admirados, que é: gostar de gente.
O que é gostar de gente? É ficar satisfeito em estar em um ambiente inclusivo, diverso, estimulante, vibrante. É desejar que os colegas que estão nesse ambiente cresçam profissionalmente; é ser alguém que trabalha pelas pessoas (e não alguém que faz com que as pessoas trabalhem exclusivamente para ele/ela). É ser um líder que escuta, que entende as necessidades, que está por perto, que ajuda, que cobra, que desenvolve ideias conjuntamente, que gosta de ver as pessoas crescerem e conquistarem autonomia, que dá um empurrão para que elas realizem os sonhos pessoais e profissionais.
São virtudes que parecem naturais, mas não é fácil encontrar muitos profissionais que conseguiram desenvolvê-las. Até por isso as universidades estão dando especial atenção a essa questão, montando cursos de pós-graduação que têm como objetivo aprimorar as habilidades socioemocionais dos jovens: a empatia, a competência para trabalhar em equipe, o pensamento crítico, a capacidade de tomar decisões em situações em que se sentem pressionados.
Há um “gap” entre o que o mercado precisa e como os profissionais estão saindo dos cursos de graduação (ainda muito focados apenas no conhecimento técnico). As instituições estão correndo para consertar isso. Porque é o que o que o mercado precisa e exige.
Os bons líderes são aqueles executivos que genuinamente gostam de estar cercados por outras pessoas –não para serem bajulados, mas porque sabem que precisam ouvir opiniões diferentes; receber sugestões e críticas. Entendem que um ambiente de trabalho saudável e produtivo é aquele em que as pessoas não têm medo de arriscar, de errar. Portanto, um bom líder sabe que deve permitir o erro.
Essa capacidade de incentivar a autonomia, a independência, a satisfação de ver os colegas se desenvolverem são características que pertenciam aos bons líderes do passado, que acompanham os bons líderes do presente e que vão estar presentes nos bons líderes do futuro. Porque gostar de gente é essencial para que alguém comande uma equipe e uma empresa.
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