Azul espera operar com 70% da malha em janeiro de 2021

Em março, a Azul Linhas Aéreas viu derreter 93% de sua demanda em apenas duas semanas por causa da pandemia. A companhia chegou a operar com apenas 7% de sua malha e teve que adotar medidas para sobreviver. Aos poucos, os voos foram retomados e a empresa iniciou sua recuperação que deve ser consolidada em 2021. Em dezembro, a Azul passou a operar com 65% das partidas que tinha no mesmo período de 2019 e a expectativa é que em janeiro chegue a 70%. “A gente só vê uma recuperação plena de receita no fim de 2021”, afirma Marcelo Bento Ribeiro, diretor de Relações Institucionais da Azul.

Entre as medidas adotadas durante a pandemia estão a suspensão de pagamentos de fornecedores, licença não remunerada ou jornada reduzida de funcionários, além da demissão de 20% da folha da empresa. “Só não foi pior porque metade dos nossos funcionários, que são os tripulantes, foram extremamente compreensivos e aceitaram acordo coletivo que permitiu redução salarial muito forte durante algum tempo”, explicou Marcelo em entrevista à Gabriela Lisbôa no Dinheiro na Conta, do canal MyNews.

Para recuperar o caixa, a companhia também fez o lançamento de debêntures conversíveis em participação acionária, o que permitiu que a empresa levantasse um capital de giro. A Azul ainda investiu em seu hangar de manutenção no aeroporto de Viracopos, em Campinas, no interior de São Paulo. E isso foi importante porque teve que parar 120 aviões e agora tem que trazê-los de volta para operação.

A Azul espera um crescimento paulatino ao longo de 2021. Com a retomada das operações, a companhia cancelou o acordo coletivo que permitia a redução de salários mais severa. “Então, vamos dizer, a nossa grande preparação pra essa retomada do ano que vem em termos operacionais é a volta do nosso contrato normal de trabalho com os aeronautas que nos dá essa flexibilidade de aumentar a oferta”.