Descoberta foi informada ao Instituto Adolfo Lutz e à Vigilância Sanitária paulista
por Rodrigo Borges Delfim em 04/01/21 15:03
O laboratório brasileiro Dasa anunciou nesta quinta-feira (31) que identificou dois casos de uma variação do novo coronavírus (Covid-19) em São Paulo. Trata-se da mesma cepa que surgiu no Reino Unido.
Dona de marcas de medicina diagnóstica como Delboni Auriemo e Lavoisier, a Dasa informou em comunicado à imprensa que os dois casos foram confirmados após a análise de 400 amostras de saliva coletadas desde 8 de dezembro.
O método de coleta foi o teste RT-PCR, considerado padrão ouro de diagnóstico, que identifica o código genético (RNA, nesse caso) do vírus nas amostras.
Ainda de acordo com o comunicado, a descoberta da variante do coronavírus foi informada ao Instituto Adolfo Lutz e à Vigilância Sanitária paulista.
A confirmação da cepa nesses dois pacientes foi feita por meio de sequenciamento genético realizado em parceria com o Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IMT-FMUSP).
“O sequenciamento confirmou que a nova cepa do vírus chegou ao Brasil, como estamos observando em outros países. Dado seu alto poder de transmissão esse resultado reforça a importância da quarentena, e de manter o isolamento de 10 dias, especialmente para quem estiver vindo ou acabado de chegar da Europa”, conclui Ester Sabino, pesquisadora do IMT-FMUSP.
Com a confirmação, o Brasil se junta a outros 18 países que já registraram ocorrências dessa variante do coronavírus: Reino Unido, Portugal, Itália, Dinamarca, Irlanda, Holanda, Noruega, França, Espanha, Suécia, Finlândia, Austrália, Israel, Coreia do Sul, Índia, Hong-Kong, Canadá e Singapura.
No Reino Unido, de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), a nova cepa já é responsável por 50% dos novos casos de Covid-19. O país foi um dos primeiros no mundo a iniciar a vacinação de sua população, em 8 de dezembro.
O diretor médico da Dasa, Gustavo Campana, ressalta que a presença dessa versão mais contagiosa do coronavírus no Brasil reforça a necessidade de prevenção por parte da sociedade.
“A prevenção ainda é o método mais eficaz para barrar a propagação do vírus: lavar as mãos, intensificar o distanciamento físico, usar máscaras e deixar os ambientes sempre ventilados. Apesar das festas de fim de ano e das férias que se aproximam, é imperativo reforçar os cuidados”.
Além do sequenciamento, a Dasa tem outra pesquisa em andamento em parceria com IMT-FMUSP, que visa isolar e cultivar essa nova linhagem do vírus. O objetivo é gerar subsídios que permitam testar a eficiência dos testes de diagnósticos para a variante do novo coronavírus.
Campana cita que há a preocupação de que alguns dos exames atuais possam apresentar falsos negativos – ou seja, quando uma pessoa está doente mas o exame não aponta a presença do vírus.
“Estamos antecipando a avaliação para definir os exames que sofram menos interferência em seu desempenho de diagnóstico, numa eventual expansão desta variante no Brasil”.
Cientistas em todo o mundo reforçam que ainda não existem evidências de que essa nova cepa do coronavírus, embora mais contagiosa, seja também mais mortal ou resistente às vacinas.
Por meio de nota, o Instituto Adolfo Lutz afirmou que está analisando as amostras e que fará o sequenciamento genético para identificação da nova linhagem em até 48 horas.
“Independentemente disso, a Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, em parceria com o município da Capital, já tomou todas as providências quanto ao monitoramento dos casos confirmados e dos seus contactantes”.
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