Trumpistas que invadiram o Capitólio e bolsonaristas que depredaram os prédios dos Três Poderes esperam ser perdoados pelos crimes que cometeram
por Camilla Lucena* em 11/11/24 19:03
Apoiadores de Donald Trump invadem o Capitólio em janeiro de 2021 | Foto: Jon Cherry/GettyImages
A discussão sobre a anistia — tanto para os trumpistas que invadiram o Capitólio quanto para os bolsonaristas que depredaram os prédios dos Três Poderes — ganhou força nos últimos dias com a vitória eleitoral do republicano Donald Trump. Com o apoio de 312 delegados, Trump derrotou a democrata Kamala Harris nas urnas e voltará à Casa Branca depois de quatro anos, agora com mais legitimidade. Ele venceu também no voto popular, com 50,4% dos votos válidos.
Ao longo da campanha eleitoral, Trump afirmou por diversas vezes que se sentia “inclinado a perdoar” os envolvidos na invasão ao Capitólio, inclusive membros de grupo mais radicais, como os Proud Boys e os Oath Keepers. Em 6 de janeiro de 2021, milhares de apoiadores do republicano invadiram e depredaram o prédio, símbolo do poder político no país, em Washington, durante sessão conjunta do Congresso que confirmaria a vitória de Joe Biden.
As declarações de Trump sobre uma possível anistia deram esperanças aos acusados, que aproveitaram a oportunidade para pedir a suspensão de seus julgamentos e sentenças até a posse de Trump, em 20 de janeiro de 2025. Segundo o gabinete do procurador dos EUA para o Distrito de Columbia, ao todo, 1.532 pessoas são acusadas de envolvimento na invasão, que resultou na morte de cinco pessoas.
No Brasil, a história não foi diferente. Em 8 de janeiro de 2023, dias depois da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), golpistas invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes, em Brasília. Condenados e presos, agora pedem anistia pelos crimes que cometeram. Um Projeto de Lei (PL) que pedia concessão de perdão aos envolvidos no ataque chegou a tramitar no Congresso Nacional.
Em outubro, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), retirou de tramitação o PL e decidiu reiniciar os debates sobre o tema em uma nova comissão especial. A criação do grupo de trabalho ainda não foi oficializada e, por ora, a discussão segue em aberto.
Depois disso, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi ao Congresso negociar a concessão do perdão para si próprio e seus apoiadores. Ele chegou a fazer um apelo a Lula.
“Quero que alguém do PT seja o pai da anistia. Gostaria que o Lula tomasse a iniciativa de anistiar”, afirmou Bolsonaro em 29 de outubro. “Com todos os defeitos que ele tem, será que ele não tem coração também? Não sabe quem está preso? As pessoas humildes.”
*Sob supervisão de Sofia Pilagallo
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