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Análise: Ambiente nas Forças Armadas não está ‘muito bem’, como disse ministro

Segundo jornalista que conversou com fontes militares, há um 'incômodo' muito grande na corporação com relação à prisão do general Walter Braga Netto

por Sofia Pilagallo em 18/12/24 14:04

São Paulo (SP), 17/12/2024 - .Ministro da Defesa José Mucio concede entrevista a imprensa na frente da casa do presidente Lula Pinheiros. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O ambiente nas Forças Armadas não está “muito bem”, como afirmou o ministro da Defesa, José Múcio. Essa é análise do jornalista João Vitor Revedilho, repórter da Revista IstoÉ, em Brasília, que conversou com fontes militares e participou do Segunda Chamada de terça-feira (17).

Lula e Múcio se encontraram na casa do presidente, em São Paulo, na tarde de terça-feira (17), para discutir a prisão do general Walter Braga Netto e o projeto que altera a previdência dos militares. Depois da conversa, o ministro concedeu entrevista aos jornalistas que o aguardavam do lado de fora da residência.

Leia mais: ‘Marco para o fortalecimento da democracia’, diz historiador sobre prisão de Braga Netto

Perguntado sobre como estava o ambiente nas Forças Armadas depois da prisão de Braga Netto, Múcio respondeu: “Muito bem”. Depois, acrescentou: “Como eu disse, estão constrangidas. É o primeiro general quatro estrelas que é detido no Exército, mas não foi surpresa para ninguém.”

Segundo Revedilho, fontes militares ouvidas por ele reforçaram que há um “incômodo” muito grande nas Forças Armadas com relação à prisão de Braga Netto. Ele é o primeiro general quatro estrelas — o mais alto nível na hierarquia do Exército — que foi preso na história por ordem do Poder Judiciário, e não por ordem do Supremo Tribunal Militar (STM). O jornalista acrescentou que a detenção do general “fecha o cerco” sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e que a cúpula bolsonarista, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, tem demonstrado preocupação com a detenção do general.

Leia mais: Análise: Ex-presidente Jair Bolsonaro fez das Forças Armadas uma extensão de seu governo

Em relatório enviado ao STF, no mês passado, a PF indiciou 37 acusados, entre eles Braga Netto e Bolsonaro, por tentativa de golpe de Estado após as eleições gerais de 2022. A instituição apurou que uma das reuniões realizadas para tratar do plano golpista foi realizada na casa de Braga Netto, em 12 de novembro de 2022. A trama incluía o assassinato de Lula, de seu vice, Geraldo Alckmin (PSDB-SP), e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A Polícia Federal (PF) prendeu Braga Netto na manhã de sábado (14), quando realizou um mandado de busca e apreensão preventiva na casa do general, em Copabacana, no Rio de Janeiro. O mandado de busca e apreensão foi expedido por Moraes, relator do inquérito no STF. De acordo com a PF, o general estaria atrapalhando as investigações, “na livre produção de prova durante a instrução do processo penal”.

A coluna do jornalista Valdo Cruz, do g1, apurou que a cúpula das Forças Armadas acredita que mais militares podem ser incluídos em futuras operações da Polícia Federal. Um nome dado como praticamente certo é o do general Augusto Heleno, que também foi indiciado no inquérito da tentativa de golpe. Heleno também é um general quatro estrelas, assim como Braga Netto, e foi ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Bolsonaro.

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Veja o que revela ministro da Defesa sobre bastidores da prisão de Braga Netto:

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