Agências Moody’s e Fitch e economistas alertam para entraves na vacinação no Brasil
por Hermínio Bernardo em 22/01/21 09:02
Agências de classificação de risco e economistas têm ressaltado a importância de o Brasil tomar medidas céleres quanto à vacinação contra a Covid-19 para assegurar uma retomada econômica o mais breve possível.
O programa brasileiro de imunização teve início na segunda-feira (18), a despeito de uma série de problemas de comunicação e de logística. Embora a questão envolvendo a importação de vacinas da Índia caminhe para uma resolução, com a chegada ainda nesta sexta-feira (22), ainda há pendências importantes especialmente quanto à China.
Em entrevista ao MyNews, o economista Armando Castelar, coordenador de Economia Aplicada do IBRE/FGV, explica que setores da economia só irão retomar à normalidade com a vacina.
“O problema da economia hoje está em setores que cuja atividade só vai melhorar com a vacina. Não tem outra forma de resolver o alto desemprego e o baixo nível de atividade da economia sem resolver a questão da vacina. Não tem alternativa e por isso é importante que se priorize as vacinas. A vacinação é o instrumento de política econômica mais importante para tirar a gente dessa situação difícil que a gente se encontra”, analisa.
A agência de classificação de risco Fitch, por exemplo, demonstrou preocupação com a retomada econômica do Brasil em meio às dificuldades para a importação de insumos chineses para elaboração de vacinas.
A diretora de ratings soberanos para América Latina da Fitch, Shelly Shetty, alertou para o risco da segunda onda da pandemia, o ritmo de distribuições e a quantidade de vacinas disponíveis são entraves para a região.
O alerta é de que a evolução da pandemia da Covid-19 e o déficit fiscal podem impactar a recuperação econômica. A diretora da Fitch declarou que o país precisa tomar as medidas de controle de gastos e andar com a agenda de reformas.
Um comunicado semelhante já foi emitido pela agência Moody’s, que declarou que o processo de controle da pandemia é essencial para a retomada da economia.
Para comparação, a Fitch projeta um crescimento de 3,1% da economia brasileira em 2021. O índice é menor que a perspectiva para outros países latinos como Peru (9%), Chile (5%) e Colômbia (4%).
Embora a questão das vacinas junto à Índia caminhe para uma resolução, o impasse diplomático para a liberação de insumos da China continua.
O governo brasileiro aguarda a liberação dos insumos que serão usados para a fabricação de imunizantes no país. Tanto as doses a serem feitas na Fiocruz quanto no Instituto Butantan dependem desse material.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, negou que os entraves para a liberação sejam políticos. Ele disse que conversou com o embaixador da China no Brasil e declarou que, segundo o diplomata, os problemas são burocráticos.
“[O embaixador] colocou pra mim que não há nenhuma discussão política ou diplomática no assunto, e sim burocrática. Ele vai encontrar onde está esse entrave e vai ajudar a destravar”, disse Pazuello durante o evento de lançamento do programa ImunizaSUS, na manhã de quinta-feira (21).
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