Depois de quatro reuniões seguidas com taxa básica de juros mantidas a 2%, BC sinaliza para aumento da Selic na primeira reunião de 2021.
por Juliana Causin em 22/01/21 09:33
A primeira reunião de 2021 do Copom, o Comitê de Política Monetária, teve o resultado que era amplamente esperado pelos analistas: a manutenção em 2% ao ano da Selic, a taxa básica de juros. O que muda, no entanto, é o recado do Banco Central para a trajetória dos juros daqui para frente.
A reunião marca a retirada do “forward guidance”, que é a orientação futura do BC de não aumentar a taxa básica de juros no curto prazo. No comunicado, o Comitê cita que as expectativas para inflação estão mais próximas da meta estipulada pela autoridade monetária e estabelece que o “forward guidance” deixa de existir.
Apesar da mudança na direção do Copom, o Banco Central deixa claro que a retirada do “forward guidance” não implica na elevação imediata da taxa de juros, que figura no patamar mais baixo da história.
Daqui para frente, segundo o economista da Exame Research, Arthur Mota, o BC tem de volta o poder de surpreender o mercado nas próximas reuniões. “Enquanto no período de forward guidance o Copom dificilmente subiria os juros a solavanco e de surpresa, agora ele pode fazer alguma coisa diferente como estratégia de política monetária”, afirmou em entrevista ao Dinheiro Na Conta de quinta-feira (21).
Ele explica que se antes boa parte do mercado esperava uma alta na Selic para agosto, a mudança do comunicado desta quarta-feira (20) desloca essas expectativas para um período mais próximo. “A gente acredita agora que há chance de uma alta na Selic até antes de junho. Nossa projeção é que a taxa de juros encerre o ano aos 3,75%”.
Armando Castelar, coordenador de Economia Aplicada do IBRE/FGV, diz que o que mais marcou o comunicado foi a mudança de tom do Copom. “O comunicado certamente mudou a forma como os analistas estavam vendo e a expectativa agora é de uma subida mais rápida dos juros do que se falava antes”. A avaliação dele é que as projeções para alta da Selic sejam deslocadas para junho ou até maio, a depender da trajetória econômica.
“Como o próprio comunicado deixou claro, isso vai depender dos dados e do que vai acontecer neste próximo um mês e meio. Não é uma coisa determinada, mas mostra que a preocupação com a inflação aparece no Comitê”, analisa. “Eu acho correto, até porque a inflação deve subir”, acrescenta Castelar.
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