Expectativa é de receber, até abril, insumos para produção das 40 milhões de doses contratadas
por Rodrigo Borges Delfim em 26/01/21 14:03
Uma primeira leva de insumos da China para produção de vacinas contra a Covid-19 deve chegar ao Brasil no dia 3 de fevereiro. A informação é do governo de São Paulo, divulgada durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (26).
“Nós tivemos essa sinalização, de que a liberação desses lotes será feita de uma maneira muito rápida começando por esses 5,4 mil litros que foram anunciados no dia de ontem [segunda-feira, 25] e chegarão aqui na próxima semana, com previsão do dia 3 de fevereiro”, afirmou Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, durante a coletiva.
A partir da chegada dos insumos, o Butantan prevê produzir 8,6 milhões de doses da Coronavac, imunizante desenvolvido em conjunto com o laboratório chinês Sinovac. Foi com ele que teve início a vacinação no Brasil, após o aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), no último dia 17. Na ocasião, também foi dado o aval para outra vacina, a da Oxford/AstraZeneca.
Outros 5,6 mil litros estão em processo avançado de liberação pelo governo chinês, segundo Dimas. A expectativa do Instituto Butantan é a de receber, até abril, o total de insumos para produção das 40 milhões de doses contratadas. Esse demanda futura também já conta com autorização da Anvisa para uso emergencial no Brasil.
O evento contou com a participação do embaixador da China no Brasil, Yang Wanming. Por meio de vídeo transmitido durante a coletiva, ele negou que os insumos não tenham chegado por questões diplomáticas.
“O Brasil é um país importante e um parceiro de grande significado para a China. Mantemos uma relação amistosa tradicional entre os dois países, incluindo o estado de São Paulo. Os avanços significativos da cooperação da Sinovac e o Instituto Butantan evidencia atitude científica e rigorosa dos pesquisadores de ambos os países, neste momento em que a Coronavac está sendo aplicada em todo o Brasil. Isso demonstra que a nossa cooperação beneficia não só os paulista como o povo brasileiro”, declarou durante a coletiva.
O Brasil vive uma relação conturbada com Pequim, alimentada pela chamada “ala ideológica” do governo, que culpa a China pelo novo coronavírus e chega a questionar a eficácia da vacina desenvolvida com a Sinovac, entre outros atritos. O atraso na vinda dos insumos foi visto como uma retaliação dos chineses a esses fatos.
Durante a coletiva, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), rebateu o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que disse em rede social na segunda-feira (25) que os insumos tinha sido liberados pela China após ação do governo federal.
“Todas as demandas foram conduzidas pelo Instituto Butantan e pelo governo de São Paulo”, disse Doria. “Nesses dois anos, nós ampliamos as relações econômicas, comerciais, institucionais, culturais, de cooperação e de solidariedade com a China”, completou o governador.
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