Somente nesta quarta, 38 manifestantes foram mortos a tiros por forças de segurança. Manifestantes voltaram às ruas nesta quinta
por Hermínio Bernardo em 04/03/21 11:58
Ao menos 38 pessoas morreram nesta quarta-feira (3) em protestos contra o golpe militar em Mianmar. Este foi o dia mais sangrento desde que o Exército tomou o poder no país asiático em 1º de fevereiro. Apesar da forte repressão, os manifestantes voltaram a protestar nesta quinta-feira (4).
As Nações Unidas informaram que mais de 50 pessoas já morreram desde o início do golpe há um pouco mais de um mês. A informação foi confirmada pela enviada especial da ONU para Mianmar, Christine Schraner Burgener.
“Foi o dia mais sangrento desde o golpe ocorrido em 1º de fevereiro. 38 pessoas mortas. Agora, mais de 50 pessoas morreram desde o início do golpe”, afirmou.
Burgener deu as declarações na sede da ONU e se ofereceu para viajar para Mianmar. Ela afirmou que a reposta do Exército foi de que ela “é bem-vinda, mas não agora”.
A ONG Save the Children informou que entre os mortos estão quatro menores de idade, sendo um deles um adolescente de 14 anos.
A AAPP, ONG que ajuda presos políticos no país, estima que cerca de 1,5 mil pessoas já foram detidas por participação nas manifestações.
Ao menos seis jornalistas birmaneses foram detidos, entre eles um fotógrafo da agência de notícias americana Associated Press. O grupo pode ser condenado a três anos de prisão. Eles são acusados de propagar o medo entre a população, divulgar informações falsas ou incitar os funcionários do governo à desobediência.
Mianmar vivia uma democracia desde 2011, depois de ser governado por militares por 50 anos. O principal partido do país é a Liga Nacional pela Democracia, que conquistou mais de 80% dos cargos nas eleições.
O exército tomou o Parlamento sob o argumento de que houve fraude nas eleições de novembro do ano passado.
Uma das pessoas presas foi Daw Aung San Suu Kyi, uma figura controversa. Ela ganhou um Nobel da Paz em 1991 por causa da luta pela democratização de Mianmar, mas também é acusada de apoiar a perseguição à minoria muçulmana que vive no país, os Rohingyas. Ela é acusada, inclusive, de se aliar aos militares para perseguir essa minoria e promover uma limpeza étnica.
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