FBI e Departamento de Segurança Interna dos EUA rastrearam articulação de grupos extremistas contra Capitolio
por Vitor Hugo Gonçalves em 04/03/21 12:07
A sessão da Câmara dos Estados Unidos desta quinta-feira (4) foi interrompida e suspensa após a polícia do Capitólio emitir um alerta sobre possível ameaça ao local. O fato ocorreu dois meses depois que apoiadores do ex-presidente Donald Trump invadiram a sede do Congresso, episódio que culminou na morte de cinco civis.
Por meio de um comunicado oficial, a equipe de segurança afirmou estar “ciente e preparada para qualquer ameaça potencial aos membros do Congresso ou ao complexo do Capitólio. Obtivemos relatórios de inteligência que mostra uma possível conspiração para violar o Capitólio por um grupo de milícia na quinta-feira, 4 de março”.
Devido à ação, uma votação agendada para esta quinta foi remarcada para o próximo dia 10.
A conspiração mencionada pela polícia é consequência de uma teoria pró-Trump denominada QAnon. Por intermédio de conversas online rastreadas, o jornal ‘The New York Times’ apurou que os adeptos do conchavo acreditam que 4 de março é o dia em que o republicano retornaria ao poder e “renovaria sua cruzada contra os inimigos da América” – a data escolhida é referente ao dia da posse presidencial nos EUA até 1933.
Yogananda D. Pittman, chefe interina do corpo de segurança do Capitólio, comunicou aos parlamentares que ela havia recebido informações “preocupantes” sobre a possibilidade de ataques contra o Congresso e que as ameaças contra políticos haviam “disparado”.
Dados fornecidos pelo FBI e pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA já alertavam sobre a aproximação e conversas entre extremistas, incluindo membros do movimento de milícia e grupo paramilitar Three Percenters, que vinham discutindo possíveis investidas contra o Capitólio nesta quinta.
Desenvolvida em 2017 na rede social 4chan, o QAnon é uma teoria da conspiração que acredita que Trump está envolvido em uma guerra secreta contra pedófilos adoradores de Satanás infiltrados no alto escalão do governo estadunidense, no setor empresarial e na imprensa. O ex-presidente, que já descreveu os integrantes como “pessoas que amam nosso país”, é visto pelo grupo como um verdadeiro redentor.
Os filiados creem que o combate chefiado por Trump levará a um dia de ajuste de contas, em que figuras notáveis, como a ex-candidata presidencial Hillary Clinton, serão detidas e executadas.
O movimento radical, entretanto, possui desdobramentos e divergências internas responsáveis por ramificar as linhas ideológicas e de atuação do clã. Dentre as semelhanças, destacam-se a disseminação de fake news e notícias descontextualizadas, associação de fatos históricos e numerologia.
Comentários ( 0 )
ComentarMyNews é um canal de jornalismo independente. Nossa missão é levar informação bem apurada, análise de qualidade e diversidade de opiniões para você tomar a melhor decisão.
Copyright © 2022 – Canal MyNews – Todos os direitos reservados. Desenvolvido por Ideia74
Entre no grupo e fique por dentro das noticias!
Grupo do WhatsApp
Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo.
ACEITAR