Líder comunitário relata aumento na procura por alimentos com fim do auxílio emergencial e disparada do desemprego
por Thales Schmidt em 06/03/21 19:04
Em meio à pandemia de covid-19, o Governo do Estado de São Paulo fechou o Bom Prato de Paraisópolis, favela com mais de 100 mil habitantes na capital paulista. Sem a alternativa de comprar refeições por R$ 1, a população aproveitou a oferta de até 10 mil marmitas por dia do G10 das Favelas. Contudo, com a diminuição das doações, a oferta diária de marmitas caiu para 800 unidades e o líder do projeto relata dificuldades em atender a demanda.
Gilson Rodrigues é presidente do G10 das Favelas, organização sem fins lucrativos responsável pela distribuição dos alimentos e outras iniciativas de combate à pandemia como a escolha de presidentes de rua e contratação de ambulâncias. Em entrevista ao MyNews, Rodrigues afirma que o projeto distribuiu mais de 1,3 milhão de refeições em 2020.
“Para além de fortalecer a alimentação e a imunidade das pessoas, nós estamos trabalhando o combate à fome e má nutrição que aumentou nesse novo normal, aumentou devido ao desemprego”, diz o presidente do G10 das Favelas.
Com a diminuição das doações de pessoas físicas que bancam o projeto, Rodrigues afirma que fichas passaram a ser distribuídas para atender quem busca as marmitas. Contudo, brigas já aconteceram após a comida do dia acabar.
“Quando virou o ano, nós não tínhamos como atender. Mas também não queríamos parar porque a demanda era muito grande e as pessoas vinham se aglomerar aqui na frente por comida. Então esse processo só foi aumentando na medida que a crise financeira foi aumentando e a medida que a situação de covid-19 se alastrou pelas favelas e gerou desemprego”, afirma.
O Brasil registrou 14 milhões de desempregados entre setembro e novembro de 2020, segundo dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o maior número desde o início da série histórica, em 2012.
A unidade do Bom Prato de Paraisópolis foi fechada em 22 de outubro de 2020 para reformas, mas segue de portas fechadas. Rodrigues reconhece que o fechamento do programa do governo estadual aumenta a procura pelas marmitas .”É uma situação difícil para a comunidade e estamos buscando alternativas”, diz.
Doações podem ser realizadas no site do projeto.
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